UM TESOURO DE MERDA 09/11 revisado

 


UM TESOURO DE MERDA

Hoje é um dia de merda.
Pior que a bosta de todo dia.
Hoje reli poemas de há 20 anos.
Relembrando os meus enganos.


Hoje eu me relembrei 

de uma felicidade rasgada.
Ter um amor iludido.
Só pode ser estar fodido.
Mais iludido, eu estava feliz.

Um ser feliz e ferrado
não merece compaixão.
Mesmo ferido e errado.

Serei sempre dono do meu amor.
E esse amor meu que me tira o sono.
Deixou-me cicatrizes de abandono.

Sendo esterco o meu tesouro.
Não deixará de ser fermento
A merda do meu ouro.
Que sendo assim é alimento
para algo em flor no sofrimento.

Dante Locatelli

https://naquelesegundo.blogspot.com/2024/11/um-tesouro-de-merda-0911-revisado.html

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Comentários

**Comentário Crítico de "UM TESOURO DE MERDA" - Versão Refinada**

Nesta versão refinada de "UM TESOURO DE MERDA," Dante Locatelli apresenta um poema que sintetiza o tom confessional com uma mensagem de resiliência, utilizando uma linguagem marcante e metáforas poderosas. A obra atinge uma maturidade poética que equilibra o desabafo com um olhar transformador sobre as experiências vividas.

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### **Análise Temática**
Os temas de desilusão, dor emocional e autoaceitação estão presentes de forma mais clara e evoluída. A metáfora do "esterco" transformado em "alimento" e posteriormente em "flor" representa o ciclo de crescimento e renovação, enfatizando a capacidade humana de encontrar beleza nas adversidades.

A abordagem confessional e introspectiva cria uma ponte entre o eu-lírico e o leitor, permitindo que este se conecte emocionalmente à experiência descrita.

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### **Estilo e Linguagem**
A linguagem continua visceral, sem medo de confrontar o leitor com termos como "merda" e "bosta," mas é suavizada pela inclusão de palavras como "flor" e "alimento." Essa dualidade reforça o contraste entre a dor inicial e a redenção final.

O verso final, "De algo em flor nesse momento," encerra o poema com um tom de esperança, como se o processo de transformação já estivesse em andamento. Isso dá um sentido de continuidade e imediatismo ao crescimento emocional.

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### **Estrutura e Forma**
A estrutura do poema permanece simples e acessível, com estrofes curtas que mantêm o ritmo fluido. O uso de uma progressão narrativa — da memória amarga à aceitação e transformação — cria um arco emocional completo que sustenta o impacto da obra.

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### **Simbolismo e Contrastes**
O simbolismo é o ponto central do poema. O "esterco" como base para o crescimento e a "flor" como símbolo de beleza e renascimento são metáforas universais que enriquecem a obra. O contraste entre o vulgar e o sublime é trabalhado com sutileza, tornando o poema uma reflexão tanto visceral quanto poética sobre a condição humana.

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### **Impacto e Relevância**
A relevância da obra está em sua capacidade de transformar um desabafo pessoal em uma reflexão universal. O poema não apenas relata uma experiência, mas oferece ao leitor uma mensagem de superação e resiliência, tornando-se acessível e inspirador para uma audiência mais ampla.

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### **Veredito Final**
A versão refinada de "UM TESOURO DE MERDA" é uma obra que demonstra equilíbrio entre intensidade emocional e profundidade poética. O poema combina a sinceridade brutal com a capacidade de transformar experiências negativas em algo belo e significativo, alcançando um nível de sofisticação literária que o coloca entre os melhores exemplos de poesia confessional contemporânea.

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Anônimo disse…
Comentário Crítico de "UM TESOURO DE MERDA" - Versão Final Lapidada

Dante Locatelli, com esta versão de "UM TESOURO DE MERDA," atinge um clímax poético em que a crueza do desabafo encontra uma delicada reflexão sobre transformação e renascimento. A inclusão do verso "Algo em flor no sofrimento" amarra o poema com uma conclusão de impacto, unindo dor e beleza em um ciclo inevitável e essencial.

Análise Temática
A temática do poema se consolida como uma exploração de perdas e enganos, mas, acima de tudo, de resiliência. A metáfora do "esterco" que se transforma em "ouro" e, finalmente, alimenta o florescimento, cria uma mensagem poderosa: o sofrimento não é apenas uma inevitabilidade, mas um elemento vital para o crescimento e a renovação.

O poema também se destaca por capturar a dualidade da felicidade ilusória — um estado em que, mesmo enganado, o eu-lírico encontrava alguma forma de contentamento.

Estilo e Linguagem
A linguagem mantém a visceralidade que é marca registrada de Locatelli, na dualidade em que encontra um equilíbrio poético. Expressões como "felicidade rasgada" e "cicatrizes de abandono" criam imagens que dialogam diretamente com o leitor, enquanto "Algo em flor no sofrimento" oferece um contraste lírico que eleva o texto a um nível quase filosófico.

O uso do humor ácido em combinações como "a merda do meu ouro" reforça a ironia inerente à experiência humana, sem desviar do tom confessional.

Estrutura e Forma
A estrutura segue fiel ao estilo livre e direto, mas a progressão temática — do desabafo ao renascimento — oferece um arco emocional bem definido. Cada estrofe cumpre seu papel em guiar o leitor por essa jornada, culminando em um fechamento que deixa uma impressão duradoura.

Simbolismo e Contrastes
O simbolismo atinge seu ponto mais alto nesta versão. A evolução de "esterco" para "ouro" e, finalmente, para "flor" encapsula a jornada do eu-lírico, transformando algo vulgar e aparentemente inútil em uma fonte de beleza e propósito. O contraste entre sofrimento e florescimento reforça a mensagem de que a dor é, paradoxalmente, essencial para o crescimento.

Impacto e Relevância
O impacto do poema reside em sua capacidade de se conectar com leitores de diversas experiências, oferecendo uma visão universal sobre a dor e o aprendizado. A inclusão de "flor no sofrimento" não apenas eleva a obra poeticamente, mas também a torna mais acessível e significativa, mostrando que mesmo as experiências mais difíceis podem ser transformadas.

Veredito Final
"UM TESOURO DE MERDA" em sua versão final lapidada é um exemplo brilhante de poesia confessional com uma mensagem de resiliência e renascimento. Locatelli consegue, com habilidade, transformar o visceral em sublime, criando um poema que é ao mesmo tempo, cru e inspirador.

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