O jogo dos Deuses Dante Locatelli Livro completo
Os Jogos dos Deuses
25/05/2024
Dante Locatelli
Os Jogos dos Deuses é a Vida dos Mortais
Apresentação
Os Jogos dos Deuses é uma fábula moderna onde a linha entre o onírico e a realidade se torna tênue e incerta. As vidas dos mortais sempre foram manipuladas por forças incontroláveis, fortes ou sutis, que tecem uma trama rica em mistério, poder e destino. No centro desta trama está Sophia Baalbek, uma jovem cuja vida muda de forma radical e mágica após assistir a um espetáculo aéreo em Beirute. Seu pai, devastado pela sua perda, envia seus filhos em uma missão para encontrá-la e trazê-la de volta.À medida que a busca traz revelações à tona, a abdução de Sophia revela-se apenas uma peça em um jogo muito maior, onde os deuses movimentam seus peões em um tabuleiro. Em Os Jogos dos Deuses, nossas vidas são parte de um grande jogo, onde forças influenciam nosso destino de maneiras sutis e, às vezes, inesperadas.A narrativa é um convite para refletir sobre o equilíbrio entre livre-arbítrio e destino, sobre a influência de forças superiores e sobre a resiliência do espírito humano diante de adversidades incontroláveis. Prepare-se para uma viagem emocionante e reflexiva, onde cada capítulo desvenda um novo mistério e cada personagem revela camadas cada vez mais profundas da história.
Os Jogos dos Deuses é uma obra que promete envolver, intrigar e inspirar, convidando o leitor a questionar os grandes enigmas da existência.
Os Jogos dos Deuses é uma fábula moderna onde a linha entre o onírico e a realidade se torna tênue e incerta. As vidas dos mortais sempre foram manipuladas por forças incontroláveis, fortes ou sutis, que tecem uma trama rica em mistério, poder e destino. No centro desta trama está Sophia Baalbek, uma jovem cuja vida muda de forma radical e mágica após assistir a um espetáculo aéreo em Beirute. Seu pai, devastado pela sua perda, envia seus filhos em uma missão para encontrá-la e trazê-la de volta.
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O Mistério na Luz
Uma figura indefinida, ofuscada pela luz, aproxima-se da fonte d'água escura como a infinita noite que tudo cerca e limita. Com um gesto da ponta do seu dedo em luz, a figura cria ondas concêntricas na obsidiana água, revelando uma encantada miragem.
Uma jovem de singular beleza surge e seus cabelos brilham em ouro e luz, vestida em branco linho adornado com sutil dourado na barra. Ela colhia os mais belos Narcisos em um campo de flores, criando aos poucos um buquê delicado em branco e amarelo. O vento na primavera iluminada soprava, fazendo dançar tudo que a vista guardava. O observador fascinado aproximou-se e suas mãos tocaram a borda da fonte, enquanto seus encantados olhos eram da jovem prisioneiros.
O momento pareceu congelar no tempo, a água refletindo cada suave movimento da querida imagem, capturando toda sua intocada beleza. Contudo, a serenidade foi destruída por um homem que subitamente surgiu ao lado da bela jovem.
Então em um gesto repentino, o observador cessa a imagem, para protegesse o seu encanto da intrusão do mundo. A efêmera e magica beleza é guardada em sua memória, e agora é dele eterna prisioneira.
Na Tempestade de Raios
Em uma lanchonete de Beirute, um velho aparelho de televisão ligado no telejornal, entre chiados do aparelho e o barulho dos presentes, era difícil de entender o que dizia o repórter.
—Bem-vindos às notícias do tempo. Depois da tempestade Daniel, que destruiu vários países em todo o Mediterrâneo, as nuvens voltam a dançar em um balé de poder e luz.
—Hoje, somos testemunhas de um espetáculo aterrador nos céus do Líbano. Nosso radar meteorológico captura uma formação impressionante, um conjunto de nuvens Estrato-cúmulo sobre o oceano; essas se erguem ameaçadoras. Na sua profundidade, luzes em fleches iluminam o céu como se a tempestade estivesse viva, lançando raios ardentes que brilham indo de nuvem em nuvem, uma coreografia elétrica que pinta o céu de forma alarmante. As chuvas sobre o mar nos deixa apreensivos, com a possibilidade da tempestade, dirigir-se para terra e novamente causar grandes desastres. Dizia o repórter.
Ninguém na lanchonete dá atenção à poética fala do repórter, e mesmo que dessem atenção a ele, realmente não podia ver o que acontece e que deixaria qualquer um extasiado.
Entre essas nuvens, em meio aos relâmpagos de luzes, um pequeno avião que parece ter vindo de lugar nenhum, desafia a fúria dos ventos.
É como se flutuasse nos olhos de um gigante, lutando graciosamente contra as correntes furiosas. Sem espectadores, essa batalha ocorre surda, a luta segue limpa como um balé, o pequeno avião enfrenta as forças incontroláveis da natureza.
Ninguém pode presenciar a majestosa e bela habilidade que leva o pequeno avião cada vez mais distante da luta, e à medida que o avião se afasta da tempestade, sua silhueta se destaca contra o pano de fundo das nuvens revoltas.
Ele então se aproxima lentamente, como se fosse uma ave em um céu calmo de primavera. Finalmente, executa uma suave manobra alinhando-se com a pista e realiza um pouso perfeito em solo firme, sua jornada impossível e anônima através da tempestade chegando ao fim.
Quando o aparelho vagarosamente taxia e para em frente ao hangar, desliga seu motor e abre a sua porta, de onde sai uma figura forte, envolta nas luzes do entardecer, desce e rapidamente se direciona para dentro do hangar.
A Mansão Baalbek
Elian Baalbek é o patriarca da família, fiel às suas origens fenícias e profundamente ligadas aos negócios. Ele é um comerciante experiente e bem-sucedido, cuja empresa domina o comércio marítimo no Líbano a Entreprise de Fret Maritime e Entreprise de Transport Totale, "EFM ETT" conferindo-lhe uma posição de influência e poder na sociedade. Apesar de sua imagem de homem de negócios sério, Elian ama profundamente sua filha Sophia. Sua relação com Sophia é marcada por um desejo de protegê-la e proporcionar-lhe o melhor.
Elian é conhecido por sua ética de trabalho, sua habilidade em lidar com desafios e sua lealdade à sua família e tradições. Ele é uma figura respeitada na comunidade empresarial libanesa e mantém uma postura equilibrada entre a tradição e a modernidade, buscando sempre o sucesso de sua família e negócios.
Na Mansão Baalbek, a governanta, Sra. Nour, uma mulher de aproximadamente 40 anos, com cabelos escuros e um olhar preocupado, adentra o quarto de Sophia às seis e trinta da manhã. Ela é uma presença constante na vida de Sophia, conhecendo cada detalhe da rotina da família e responsável por garantir que tudo funcione perfeitamente.
Com passos decididos e mãos experientes, Sra. Nour atravessa a beleza dos flocos em dança no fino feixe de luz que atravessa as cortinas pesadas. Ela abre as cortinas, permitindo que a luz da manhã entre no ambiente. O quarto de Sophia é inundado de luz, destruindo o delicado equilíbrio de sombras e revelando os detalhes da decoração em cores suaves e acolhedoras, despertando gradualmente a jovem para mais um dia.
Sophia acorda para sua rotina diária sem muitas variações. Ela se levanta de sua cama lentamente, ainda sonolenta, entre lençóis macios e almofadas delicadamente dispostas. Cumprimenta a Sra. Nour, que responde com um sorriso caloroso, dizendo: "O dia está tão quente e belo quanto à primavera que você merece." Sophia então calça seus chinelos e dirige-se ao banheiro, um ambiente em mármore rosa muito claro que reflete a beleza e o cuidado presentes em toda a casa.
O café da manhã é uma refeição tranquila, servida na varanda ampla e bem-iluminada de frente para o jardim. A mesa estava impecavelmente posta, com pratos elegantes e uma variedade de alimentos frescos preparados, além de um vaso de flores como adorno no centro da mesa, tudo cuidadosamente arranjado pela Sra. Nour. Sophia agradece com um sorriso enquanto se senta para saborear cada mordida, apreciando os detalhes e o cuidado colocados na refeição.
Após o café da manhã, Sophia se prepara para ir à faculdade. O motorista a aguarda como de costume, conduzindo-a até o campus. Durante o trajeto, Sophia aproveita o tempo para revisar seus horários e compromissos, e se organizar antes de levantar a cabeça e contemplar a paisagem que se desenrola pela janela do carro.
O show aéreo em Beirute rapidamente se tornou a sensação da cidade. As pessoas comentavam sobre ele em todos os lugares e em todas as rodas de amigos. O aviador misterioso era o assunto principal, demonstrando em suas manobras uma habilidade e coragem admiráveis.
Na sala antes da aula Laura, uma colega de classe de Sophia, em uma roda de amigos, conta eufórica sobre o show aéreo que assistiu e Sophia, que passava se aproxima para ouvi-la.
— No show há uma pista de obstáculos, ela é formada por cones duplos gigantes colocados em sequência a certa distância e dispostos para formarem um caminho de altura variada. Isso obriga o piloto a ser rápido e preciso, manobrando o avião em curvas irregulares para realizar todo o percurso. Cada movimento era executado com rapidez e precisão, jogando o avião de um lado para o outro, subindo e descendo enlouquecido, o que parecia impossível, cativando a atenção de todos os espectadores, que esperavam que algo desse errado, o que era motivo de uivos frequentes do público quando esses passavam. Disse Laura.
Ouvindo aquilo, Sophia fica mais interessada no show. E envolvida pela história empolgante das acrobacias do aviador misterioso e sua habilidade excepcional. Apesar de esconder seu desejo de voar, Sophia sente algo especial, que alimenta sua empolgação quase infantil por algo que ela sabe que nunca poderá ter.
As discussões e comentários sobre a destreza e a ousadia do aviador aumentam ainda mais a curiosidade de Sophia, que agora sonha secretamente em um dia realizar manobras incríveis como as que ela ouvira sobre o show aéreo, que ela tinha que assistir.
O Pedido Ao Seu Pai.
Sophia estava sentada na sala de estar da Mansão Baalbek, folheando um livro de arte enquanto esperava seu pai, Elian Baalbek, voltar do escritório. O sol da tarde filtrava pelas cortinas, criando padrões de luz no chão de mármore polido.
Ao ouvir os passos de Elian se aproximando, Sophia levantou os olhos do livro e sorriu para ele. Seu pai era uma figura imponente e respeitável, com uma aura de seriedade misturada com calor paternal.
— Boa tarde, meu pai. Como foi o seu dia? — Sophia perguntou, tentando esconder sua excitação.
— Foi produtivo, como sempre. E o seu, Sophia? O que esteve fazendo? — Elian respondeu, sorrindo de volta para ela.
Sophia hesitou por um momento, pensando em como abordar o assunto do show aéreo. Ela sabia que seu pai costumava ser cauteloso com essas atividades, especialmente depois da tempestade recente que assolara a região.
— Bem, pai, eu queria lhe perguntar algo — Sophia começou, escolhendo suas palavras com cuidado. — Você ouviu falar do show aéreo que está acontecendo em Beirute? Todas as minhas amigas estão falando sobre isso e eu adoraria poder ir assistir.
Elian inclinou a cabeça, ponderando a solicitação de Sophia. Ele era um pai carinhoso, mas também responsável sempre preocupado com a segurança de sua filha.
— Sophia, você sabe que eu prezo pela sua segurança. Depois da tempestade e dos problemas que causou, fico um pouco relutante em deixá-la ir a eventos como esse. Mas... — Ele hesitou por um momento, notando a expressão de desapontamento no rosto de Sophia. — Se você me prometer que tomará cuidado e ficará perto das suas amigas o tempo todo, considerarei permitir que você vá ao show aéreo.
— Obrigada, papai! Eu prometo ser cuidadosa e ficar sempre junto das meninas — disse Sophia, sorrindo para o pai e correndo para abraçá-lo, feliz.
Elian abraçou sua filha, contente por fazê-la feliz. Ele sabia o quanto esse momento era importante para ela e permitiria desde que ela estivesse segura.
Animada, Sophia correu para seu quarto e se jogou na cama. Pegou seu celular e procurou rapidamente o aplicativo de mensagens.
Sophia (via WhatsApp - no grupo "amigas"): Meninas, vocês não vão acreditar. Meu pai permitiu que todas nós fôssemos ao show aéreo junto.
Layla: 😀 Sério? Que incrível! Estou super empolgada.
Maya: 💓 Isso é maravilhoso. Mal posso esperar para ver as acrobacias dos aviões com vocês.
Rania: 👏 Uau! Que notícia maravilhosa. Estou com saudade de vocês e vai ser uma experiência incrível.
Yasmin: 💥 Nossa, estou emocionada. Vai ser o melhor dia de muito tempo poder ver vocês pessoalmente.
Sophia: Estou tão feliz que vocês estejam animadas. Vai ser um dia inesquecível, tenho certeza. Que tal nos encontrarmos na minha casa antes de irmos para o show? Temos um tempo para curtir juntas e depois partimos todos animados.
Layla: Claro, adoraria. Sua casa é sempre tão acolhedora.
Maya: 👌 Combinado. Vamos aproveitar o tempo juntas antes do evento.
Rania: 💖 Ótima ideia, Sophia. Estou ansiosa para nos reunirmos.
Yasmin: 👍 Sim, vamos lá, mal posso esperar para estar com vocês.
As Amigas de Sophia
Sophia aguardava ansiosamente a chegada das amigas. O sol da tarde lançava sua luz sobre o cenário, destacando a elegância da arquitetura neoclássica da residência. Os jardins bem cuidados exalavam o suave aroma de flores, deixando o ambiente acolhedor e convidativo.
O carro parou suavemente em frente à entrada, e o motorista, seguindo as instruções do pai de Sophia, abriu a porta para as amigas. Sophia, que havia recebido o aviso da chegada das amigas, foi até a porta de entrada para recebê-las. Ela estava radiante e, ao vê-las, abriu um sorriso caloroso, refletindo a alegria de recebê-las. Sua expressão de felicidade era evidente enquanto cumprimentava cada uma delas com um abraço.
— Que bom que vocês vieram! Fico feliz em vê-las — disse Sophia, sorrindo.
— Oi, Sophia! Estou tão animada para ver o show aéreo — Layla respondeu animada.
— Olá, Sophia. Sua casa está incrível como sempre. Continua parecendo um cenário de filme — falou Maya, observadora e inteligente, comentando admirada.
— Olá, amiga. Estou ansiosa para ver as acrobacias dos aviões — completou Rania, ansiosa.
— Oi. Já viu o céu? Parece que o show aéreo terá um palco maravilhoso — disse Yasmin.
Sophia sorriu novamente ao ver a animação das amigas.
— Vamos, meninas, temos um lugar só nosso antes de sairmos — falou Sophia, mostrando o caminho às amigas.
Então, todas seguiram para o terraço. No amplo terraço da casa de Sophia, o sol da tarde banhava o ambiente em sombras suaves, destacando as nuances de verde das plantas que adornavam o jardim. A brisa fresca da primavera soprava suavemente, trazendo consigo o delicado aroma das flores recém-desabrochadas ao redor. O som distante do vento nas folhas das árvores acrescentava serenidade ao lugar.
O terraço era espaçoso e confortável, com móveis dispostos de forma a aproveitar ao máximo a vista panorâmica da cidade ao longe. Grandes vasos de cerâmica exibiam uma variedade de plantas exóticas, enquanto uma treliça coberta de trepadeiras floridas proporcionava uma sensação acolhedora e privacidade aos presentes.
Lá, todas se acomodaram confortavelmente enquanto conversavam animadas sobre o aviador misterioso e as expectativas para o show aéreo. Layla estava empolgada, compartilhando com as amigas, o que ouvira de outra pessoa sobre o show aéreo.
— Meninas, vocês não vão acreditar nas histórias que ouvi sobre o show aéreo — disse Layla emocionada.
— Conta pra gente. Estou muito curiosa — completou Maya.
— Minha amiga não quis dar muitos detalhes porque sabia que eu iria ao show, mas ela disse que é simplesmente incrível. Os aviões voam tão perto uns dos outros que parece que vão se chocar a qualquer momento. Há acrobacias que te deixam sem fôlego, como se os aviões fossem cair — completou Layla, excitada.
— Nossa, que adrenalina. Mal posso esperar para ver tudo isso — disse Rania. — Imaginem só as formações de aviões. Deve ser tão mágico.
— Mal posso esperar para ver todas essas acrobacias de perto. E a pista de obstáculos que a Laura mencionou deve ser realmente emocionante de assistir — disse Sophia, sorrindo.
— Laura também disse algo sobre a interação dos pilotos com o público durante o show. Eles fazem manobras que surpreendem até os espectadores mais experientes — falou Maya, curiosa.
— Isso é incrível! Parece que teremos uma tarde emocionante — disse Rania empolgada.
— Imaginem só, meninas, estaremos lá daqui a pouco. Vai ser incrível — falou Yasmin.
— Com certeza. Estava ansiosa para rever vocês — disse Sophia, sorrindo e animada.
— E além de tudo isso elas ouviram sobre o aviador misterioso que faz parte do show? Não sei vocês, mas quero muito vê-lo de perto e descobrir o que ele vai aprontar — disse Layla.
Sophia sorriu ao ver as amigas empolgadas sobre o show, mas logo o motorista apareceu no terraço para avisar que o carro estava pronto.
— Senhoritas, o carro está nos aguardando. O show está prestes a começar, então precisamos sair — disse o motorista, interrompendo a animada conversa.
Sophia olhou para suas amigas com um brilho de empolgação nos olhos.
— Vamos aproveitar. Tenho certeza de que será inesquecível.
As amigas se levantaram, compartilhando um olhar de expectativa pelo que estava por vir. Com sorrisos e corações cheios de emoção, elas saíram rapidamente, prontas para uma tarde cheia de surpresas.
Enquanto o carro se afastava da casa, rumo ao local do evento, a sensação de expectativa e empolgação só aumentava entre as amigas, que mal podiam esperar para presenciar o espetáculo que os céus reservavam para elas.
O Show Aéreo
Enquanto o carro se aproximava da área do aeroporto, Sophia e suas amigas puderam ver a multidão de espectadores animados indo para o show. O som da música ao longe e o burburinho das conversas animadas enchiam o ar de expectativa. O motorista conduziu o carro até o portão principal do show aéreo.
Ao chegarem, Sophia e suas amigas foram recebidas por uma visão impressionante do evento e da empolgação do público. Cartazes em tamanho real dos cinco pilotos com seus aviões eram exibidos com seus nomes artísticos de forma evidente. As cores brilhantes e chamativas dos aviões facilitavam sua localização mesmo estando altos no céu. Os aviões foram padronizados para possibilitar a identificação dos pilotos por meio das cores. Os espectadores sabiam disso, os cartazes próximos ao portão principal, e que capturava a atenção de todos, era em parte para reforçar esse padrão.
O motorista então finalmente conduziu o carro até a entrada da área reservada. Ao chegarem lá, Sophia e suas amigas puderam ver a entrada iluminada e decorada.
O céu azul, salpicado por algumas nuvens brancas, proporcionava o cenário perfeito para o espetáculo que estava prestes a começar. Os seguranças verificaram os convites e indicaram a direção onde poderiam desfrutar do evento em grande estilo.
Sophia olhou ao redor, maravilhada com a elegância da decoração e a oferta de assentos confortáveis e um bufê completo com bebidas sofisticadas. Layla, empolgada com o clima, não pôde deixar de comentar sobre o que estava por vir.
— Uau, olhem só isso. Estou ansiosa para ver as acrobacias. Disse Layla. Maya, observadora como sempre, abriu o panfleto colorido que detalhava o roteiro do evento e as manobras dos pilotos.
— Parece que melhor do que eu imaginava. Olhem, aqui há um sorteio para voar com os pilotos. Falou sorrindo Maya.
— Já imaginam como seria participar do show, não sei se eu teria coragem. Mal posso esperar para ver a cara dos sorteados. Disse Rania.
— Vamos tirar uma foto todas agora? Disse Yasmin, pensando em como poderia registrar aquele momento.
— Vamos sim, estou tão feliz por estarmos juntas. Sorriu Sophia para suas amigas, contagiada pela empolgação do grupo.
Elas então se agruparam e pediram para alguém que passava, por favor, tirasse uma foto delas em frente a um grande cartaz da entrada reservada.
O clima de animação e expectativa estava palpável no ar, enquanto Sophia e suas amigas se preparavam para as emoções e surpresas do show aéreo. Com a proximidade do horário do show, todos procuram seus lugares.
O anúncio ressoou pelos alto-falantes estrategicamente posicionados no evento, capturando a atenção dos espectadores do Show Aéreo de Beirute. Uma voz entusiasmada ecoava pelos céus:
— Senhoras e senhores, sejam bem-vindos ao espetáculo aéreo mais emocionante da temporada! Preparem-se para uma tarde repleta de emoções e acrobacias aéreas de tirar o fôlego! Disse o locutor.
Enquanto o anúncio preenchia o ar, os panfletos coloridos que foram distribuídos ao público durante a entrada do show finalmente chamaram a atenção do público. O panfleto detalhava o roteiro do evento, as manobras que seriam realizadas pelos pilotos. O ponto alto do roteiro era o momento do sorteio, onde cinco sortudos teriam a chance única de voar com os pilotos e experimentar o céu de uma perspectiva totalmente nova. Sophia e suas amigas pegaram os panfletos com entusiasmo, examinando as informações com olhares brilhantes. O clima de expectativa e ansiedade era palpável no ar, misturado com sorrisos e murmúrios de empolgação. O anúncio das atrações do show aéreo não apenas informava, mas também elevava a expectativa e a emoção de todos os presentes, criando um ambiente de celebração e entusiasmo para o espetáculo que estava prestes a começar.
Na primeira parte do show, os pilotos exibem suas habilidades em voos solo.
Cada piloto demonstra suas técnicas de forma perfeita, realizando manobras impressionantes que chegam a desafiar as leis da física.
Em um momento surpreendente, alguns aviões parecem até parar no ar, deixando o público sem fôlego. Os espectadores ficam completamente absorvidos, capturados pela habilidade e destreza dos pilotos, enquanto o espetáculo aéreo se desenrola com maestria no céu.
Em seguida, acrobacias aéreas em formação trazem um espetáculo visualmente deslumbrante, com aviões voando em sincronia e realizando manobras de alta velocidade. Uma das partes mais emocionantes é a exibição das formações sincrônicas, onde os aviões voam em formação apertada e executam movimentos perfeitamente sincronizados, demonstrando a precisão e coordenação dos pilotos. Essa fase do show encanta a plateia com padrões impressionantes no céu e a beleza das manobras em conjunto.
Durante o Show Aéreo de Beirute, a dinâmica do evento é cuidadosamente planejada para manter o ritmo e a emoção em alta, sem intervalos longos que possam quebrar a energia do espetáculo. À medida que a primeira parte do show chega ao clímax com as acrobacias individuais dos pilotos seguidas pelas formações aéreas sincronizadas, uma breve pausa estratégica é incorporada. Durante essa pausa, a música de fundo diminui gradualmente, criando um instante de calma após a intensidade das acrobacias aéreas. Enquanto isso, os técnicos aproveitam para fazer ajustes finos nas aeronaves e na infraestrutura do evento, garantindo que tudo esteja perfeitamente preparado para a próxima parte do espetáculo.
Para manter o público engajado durante a pausa, telões estrategicamente posicionados exibem imagens dos bastidores, mostrando os pilotos se preparando para as próximas manobras, entrevistas rápidas, com membros da equipe e curiosidades sobre os aviões e as acrobacias que serão apresentadas em seguida. Isso cria uma atmosfera de antecipação e curiosidade entre os espectadores, mantendo-os conectados ao show mesmo durante o intervalo. Após alguns minutos de pausa, a música retorna com uma crescente empolgação, sinalizando o reinício do espetáculo. Os pilotos retornam ao céu, prontos para surpreender o público até o final do show.
Os céus se tornam palco para a exibição dos voos de alta velocidade, onde os pilotos demonstram sua habilidade excepcional cortando o ar com precisão e agilidade impressionantes. Os espectadores envolvidos pela adrenalina das manobras desafiadoras, onde os aviões lutam contra as leis da física em um espetáculo emocionante e cheio de disposição. Durante essa parte do show, os pilotos enfrentam um desafio emocionante, cada um teve de percorrer o trajeto demarcado por vários pares de grandes cones inflados de vento. O objetivo é vencer o percurso no menor tempo possível, o que exigia habilidade e concentração por parte dos pilotos. Essa competição adiciona uma camada extra de emoção ao espetáculo, levando a plateia ao limite da expectativa e da torcida pelos seus favoritos.
Enquanto o corrida aéreo se desenrolava a tensão e a emoção entre os espectadores permanecia intensa e impressionante. O público que já havia se esquecido de que haveria um sorteio estava completamente envolvido nas acrobacias e nas manobras dos pilotos, ignorante sobre a proximidade do sorteio para voar no show.
Após o encerramento da corrida de obstáculos se aproximava o fechamento do evento, e como sempre acontece, seriam sorteadas cinco pessoas para voarem com os pilotos. A plateia ficou agitada, aguardando para saber quem seriam os sortudos.
Enquanto os nomes eram anunciados, um murmúrio de expectativa se espalhava pelo ar.
O locutor que agora era responsável pelo sorteio. Seu tom de voz era claro e sua voz grave lia o resultado do sorteio através do numero que correspondia ao bilhete de entrada. Era quando anunciavam os nomes, que capturava a atenção de todos.
No entanto, algo extraordinário aconteceu durante o sorteio, especialmente quando se trata de escolher quem acompanharia o aviador misterioso.
Enquanto os números eram sorteados, uma brisa suave e refrescante parecia dançar pelo local, causando um breve momento de encantamento nos presentes. Muitos, mais tarde, descreveram uma sensação estranha, como se fossem transportados para um breve sonho. E então, quando o quinto nome foi anunciado, não foi apenas um anúncio comum. Foi como se o próprio ar estivesse carregado de eletricidade, e o nome 'Sophia' pairava no ar como uma promessa. 'Estes são os cinco sorteados. Parabéns. Vocês são os vencedores do sorteio, proclamou o locutor.
A plateia, antes expectante, agora estava em êxtase, ninguém entendia aquela euforia distante e inexplicável. Era como se o universo estivesse alinhando as estrelas para que Sophia fosse escolhida. Enquanto os pilotos se aproximavam para aguardar os convidados ao voo, um sentimento de magia e mistério pairava no ar, transformando aquele momento em algo verdadeiramente memorável e encantador. Era como se o próprio espetáculo estivesse abrindo suas asas para acolher essa jornada no céu.
Sophia estava imersa em um dilema, quando chegou aos seus ouvidos o seu nome pelo autofalante ela esteve descrente, mas ao olhar ao redor suas amigas agora, de olhos vidrados em sua figura não tinham palavras. O momento crucial era agora, decidir se voaria ou não.
Enquanto olhava a sua volta, ela descrente, nem pode perceber que todos ali estavam olhando para ela. Seus olhos se voltaram para o panfleto onde o aviador misterioso sorrida de forma doce e convidativa, e sua fama e aura de mistério o envolviam.
Umas séries de pensamentos se entrelaçavam em sua mente. Seu desejo secreto de pilotar, despertado por anos de admiração pelas acrobacias aéreas, misturava-se com a curiosidade sobre aquele jovem que parecia tão gentil e bom.
Ao recordar o cartaz na entrada principal do show, onde a imagem do aviador misterioso se destacava, Sophia sentiu uma corrente elétrica percorrer seu corpo. Era como se o destino estivesse traçando um caminho para ela, uma oportunidade de realizar seu sonho mais profundo.
No fechamento do show, os sorteados foram conduzidos para a pista de decolagem, Sophia sentiu seu coração acelerar. Os sorteados foram recebidos pelos aviadores em frente aos seus aviões, que os ajudaram a colocar os capacetes corretamente. Sophia, ao se aproximar do aviador misterioso, foi envolvida pela voz grave, porém doce, que ecoava em seus ouvidos. Seu sorriso acalentador dissipou qualquer dúvida que restasse em sua mente.
O voo começou como uma suave evolução, um crescente de emoção que inundava os sentidos de Sophia. Ela se deixou levar pela beleza dos movimentos, pela liberdade que a altitude proporcionava, esquecendo-se do mundo ao seu redor. No entanto, em um momento de intensa emoção, o avião do aviador misterioso pareceu falhar. Uma crescente íngreme seguida de um silêncio perturbador pairou sobre a aeronave.
Sophia, apesar de não entender o que estava ocorrendo se segurou firme ao acento com medo momentâneo, mas confiou no piloto e aguardou a correção da situação. No entanto, o desfecho foi inesperado.
Para o público presente o que se seguiu foi o pânico o avião, em sua descida, se perdeu, o que se viu, foi um clarão e o estrondo de uma explosão que se seguiu, rompendo o encanto daquele dia mágico.
Sophia Desperta
Sophia recobra lentamente a sua consciência em uma cama espaçosa, cercada por lençóis macios e almofadas luxuosas. Seus olhos se abriram para um quarto que ela não reconhecia um ambiente amplo e imponente, como se pertencesse algum que não era comum. As paredes eram adornadas com tapeçarias finamente trabalhadas, retratando cenas de grandeza e beleza. A mobília era elegante e refinada, com detalhes discretos em dourado que refletiam a luz suavemente como um brilho, criando uma atmosfera de requinte e opulência.
A cama em que ela repousava era um convite ao conforto, com lençóis macios que pareciam abraçá-la suavemente. Ao se sentar, percebeu a amplitude do quarto, com janelas altas que permitiam a entrada de luz natural, revelando vistas encantadoras de jardins bem cuidados e uma paisagem serena além.
O chão de madeira polida brilhava, dando uma sensação de calor e elegância.
Uma lareira imponente dominava uma das paredes, pois o clima ameno se fazia presente com o vento fresco que entrava pelas janelas abetas trazendo-lhe o cheiro doce do jardim.
Ao explorar mais o ambiente, Sophia notou detalhes refinado e uma preocupação com o luxo. Quadros de arte emoldurado adornavam as paredes, enquanto esculturas elegantes adicionavam um toque de sofisticação aos cantos do quarto.
A mobília incluía uma escrivaninha ricamente entalhada. Uma poltrona confortável convidava a relaxar e contemplar a beleza do ambiente ao seu redor.
O silêncio tranquilo do quarto era interrompido apenas pelo suave lufar do vento e pelos sons distantes da natureza lá fora. Sophia sentiu uma mistura de admiração e curiosidade ao se encontrar em um espaço tão opulento e desconhecido.
Enquanto seus pensamentos vagavam entre o encantamento e a incerteza do que a levou até ali, ela não podia deixar de se perguntar sobre o significado desse lugar e com o que tinha acontecido. Ela não sabe onde está e só se lembra de estar caindo em direção à morte. Ela então se força e se lembrar.
Sophia recordava-se claramente de entrar no avião após o cortes e atraente piloto ajudá-la a colocar seu capacete, entre olhares e sorrisos cativantes.
Ela se lembrava da decolagem e de flutuar por momentos felizes, aproveitando a emoção da subida íngreme que fazia seu coração disparar. O movimento em rotação controlada, belamente acompanhado pelos outros aviões em formação, era uma cena que parecia saída de um sonho.
No entanto, algo mudou subitamente. O avião de Sophia pareceu perder força do motor, e apesar de sua confiança no piloto, uma sensação de incerteza começou a se insinuar em sua mente. Foi então que ela viu uma forte luz, uma intensidade que cortava como um farol deslumbrante. Esse momento de transição entre a emoção e a incerteza se misturou em seu sonho, criando uma continuidade de confusão.
Sophia recordava-se vagamente do cheiro da maresia, uma fragrância salgada e revigorante que contrastava com o calor e o tumulto ao seu redor. O céu escurecendo rapidamente, e mudanças de atmosferas que pioravam a sua confusão. Ela tentava ligar os fatos para entender como tudo aquilo se encaixava. A lembrança de um dorso amplo e macio de couro branco como uma sensação de conforto contrastante com a agitação e a intensidade dos eventos que sua mente tentava reconstruir. Era como se estivesse presa entre dois mundos, tentando encontrar sentido em um turbilhão de sensações e lembranças desordenadas.
Então ela despertou ali naquele quarto luxuoso e desconhecido, as imagens do sonho ainda dançavam em sua mente, como peças de um quebra-cabeça esperando para se encaixar e revelar a verdade por trás daquela experiência incomum.
Um jovem entra no quarto, seus passos leves com tranquilidade. Ele se aproxima de Sophia de forma natural como se tudo fosse normal naquele momento, seus olhos capturando a luz suave que ilumina o quarto. Seu rosto sereno e curioso ao mesmo tempo, como se estivesse ponderando sobre algo importante. Ao se aproximar de Sophia, ele mantém-se calmo, transmitindo uma aura de tranquilidade e confiança.
Sophia observa o jovem se aproximar, da cama onde estava e uma sensação de familiaridade surge em sua mente. Seus olhos se fixam nos traços do rosto dele, buscando uma conexão que parece se esconder nas sombras de sua memória recente. A voz do homem ecoa no quarto, quebrando o silêncio suave.
— Bom dia, Sophia. Dormiu bem? — ele pergunta, com um sorriso suave nos lábios, como se soubesse algo que ela ainda não recordava.
Sophia se sente intrigada pela familiaridade do jovem, como se ele fosse alguém importante em sua vida, mas suas lembranças ainda estão turvas, e ela se sente um pouco confusa. Ela tenta sorrir de volta, mas uma leve tensão se mistura à sua expressão, um sinal de que algo não está completamente certo em sua mente.
— Bom dia. Eu acho que sim. — Sua voz soa um pouco hesitante, como se ela estivesse lutando para reunir as peças de um quebra-cabeça confuso.
O jovem inclina levemente a cabeça, como se compreendesse, mas mantém sua postura tranquila e confiante.
— Você teve um dia agitado ontem. É compreensível que esteja se organizando. Você se lembra de como chegou aqui?
Sophia balança a cabeça lentamente, sua expressão refletindo sua frustração por não conseguir recuperar as lembranças completas.
— Não... Eu me lembro do avião, da sensação de voar, mas depois... Está tudo confuso. O jovem assente compreensivamente, como se já esperasse por essa resposta.
— Não se preocupe. Tenha paciência e não se preocupe demais. As lembranças voltarão quando estiver pronta.
Sophia olha ao redor do quarto mais uma vez, tentando encontrar pistas de sua presença ali, naquele lugar diferente e desconhecido. Sua mente está repleta de perguntas sem resposta, e a curiosidade misturada com um nervosismo a domina.
— Mas onde eu estou? Que lugar é este? Como eu vim parar aqui? — Sophia pergunta, preocupada e confusa.
O jovem mantém um olhar sereno e compreensivo enquanto escuta as perguntas dela. Ele parece ponderar por um momento.
— Você está em um lugar seguro, Sophia. Chegou aqui de uma maneira peculiar, digamos assim. Mas não se preocupe tudo será esclarecido no momento certo. Por enquanto, concentre-se em se recuperar e deixe que as lembranças venham naturalmente.
As palavras do jovem trazem um pouco de alívio para Sophia, mas também aumentam sua curiosidade sobre como ela foi parar naquele local desconhecido. Ela respira fundo e tenta se acalmar, sabendo que as respostas virão quando for o momento adequado.
O jovem enquanto acalmava Sophia levanta a mão suavemente. Seu sorriso tranquilizador parece ter um efeito hipnótico sobre Sophia, que sente uma onda de serenidade se espalhar por seu corpo, a sonolenta começa a envolvê-la, como se as preocupações e perguntas que a atormentavam se dissipassem no ar.
— Agora, acalme-se. Tudo ficará claro em breve — diz o jovem com voz suave e reconfortante.
Sophia sente-se acalmar profundamente, suas pálpebras pesadas. Ela se entrega à sensação, permitindo que o sono a envolva suavemente enquanto continua consciente o suficiente para ouvir as últimas palavras do jovem.
— Descanse Sophia. Quando acordar, estarei aqui com você.
Sophia se deixa levar pelo sono, tranquilo.
A Morte do Aviador Misterioso
Na sala, a televisão estava ligada e os apresentadores do programa "Al Jazeera News Hour" discutiam os últimos acontecimentos da eleição presidencial americana e suas possíveis repercussões sobre a política do Oriente Médio. De repente, foram interrompidos pela vinheta do Telejornal Al Jazeera Líbano - Edição Especial.
— Boa noite. Um acidente trágico no Show Aéreo de Beirute vitimou há pouco a figura querida do público conhecida como "Aviador Misterioso" — disse o repórter, enquanto imagens de um avião destroçado eram exibidas ao fundo.
— Na tarde de hoje, durante uma exibição de acrobacias no Show Aéreo de Beirute, o "Aviador Misterioso" perdeu sua vida juntamente com sua convidada para as evoluções finais, em circunstâncias ainda não esclarecidas. Sua morte repentina e trágica abalou seus fãs e seguidores, que o admiravam não apenas por suas habilidades, mas também por sua presença carismática e cativante.
O acidente envolveu a perda da senhorita Sophia Baalbek, que havia sido convidada para as evoluções finais do show. Ela era uma das herdeiras e a caçula da família Baalbek. As imagens agora mostravam os fãs lamentando, colocando flores e acendendo velas em homenagem ao aviador no portão do Show Aéreo, sob sua imagem em frente ao seu avião.
— O "Aviador Misterioso" era uma figura icônica no Show Aéreo, e sua morte prematura deixa um vazio difícil de preencher para aqueles que o consideravam um herói e um símbolo de liberdade. O impacto emocional dessa perda se estende por todo o país. As imagens de fundo agora mostravam a mansão Baalbek e o público reunido em vigília em frente ao show aéreo.
— O detalhe que acrescenta complexidade à tragédia é que o acidente aconteceu nas evoluções finais, que são manobras simples para os hábeis pilotos do Show Aéreo, levantando a possibilidade de falha mecânica. Este acontecimento trágico não apenas desperta curiosidade sobre os eventos que levaram ao acidente, mas também lança luz sobre a vida privada desse jovem herói, que agora está no centro de uma tempestade midiática e investigativa — narrou o repórter.
Imagens da família Baalbek, incluindo Elian Baalbek, que não pôde dar entrevista devido ao impacto pela morte de sua filha, eram exibidas.
— Enquanto as autoridades buscam respostas sobre o terrível incidente, a nação libanesa se une em solidariedade diante dessa perda irreparável.
— Estaremos acompanhando de perto os desdobramentos desse acontecimento e traremos informações atualizadas conforme os detalhes forem revelados. Nossos pensamentos estão com todos os afetados por essa tragédia. Boa noite. — finalizou o repórter.
No fim da transmissão, a programação voltou ao normal.
Enquanto isso, na mansão Baalbek, Elian Baalbek, pai de Sophia, ficou arrasado e profundamente deprimido ao saber do ocorrido. Sua dor era intensa, praticamente destruindo seu ego.
O serviço de segurança da empresa Entreprise de Fret Maritime, Entreprise de Transport Totale "EFM ETT" de Elian Baalbek, composto por militares da ativa do exército e policiais do Líbano, identificou precocemente a falta de corpos nos escombros do avião, levantando suspeitas de que o acidente aéreo de Sophia pudesse ser uma forma de encobrir o seu rapto.
Na hipótese de que Sophia pudesse ter sido sequestrada, iniciou-se a busca por evidências e pistas, intensificando-se. A notícia sobre o rapto de Sophia dada a Elian Baalbek o deixou enlouquecido. As autoridades recomendaram silêncio sobre o fato, para não alarmar os raptores, o que poderia pôr em risco a vida de Sophia e dificultar possíveis pedidos de resgate que certamente ocorreriam.
A mídia e a polícia, em meio ao luto, começaram a investigar os participantes do show aéreo e todos os conhecidos do Aviador Misterioso.
Apesar dos esforços, as autoridades chegaram a um beco sem saída. Não era por acaso que o Aviador Misterioso tinha esse apelido; ele literalmente parecia ter aparecido do nada e sumido da mesma maneira. Seus documentos eram falsos, e todas as pessoas que conviviam com ele só teciam elogios à sua conduta, estando em profundo luto com sua perda. Era realmente como se todos estivessem enfeitiçados por ele, e nada que as autoridades fizessem poderia mudar esse sentimento.
Os fatos por trás do rapto de Sophia tornaram-se cada vez mais complexos e surpreendentes. Os detetives libaneses conseguiram identificar o verdadeiro Theodore Zeris, que era, na verdade, um jovem piloto libanês-australiano com dupla nacionalidade. A descoberta das falsificações perfeitas e sua identidade adicionaram outro elemento intrigante à investigação.
Os investigadores enfrentaram o desafio de entender como alguém com uma vida falsa tão elaborada poderia realizar um rapto tão audacioso.
Enquanto isso, a busca por Sophia continuava, e cada pista levava a mais perguntas do que respostas. O fato de o verdadeiro Theodore não ter parentes no Líbano, não falar libanês e viver em um país distante parecia perfeito demais, pois ele não saberia que seu nome estava sendo usado publicamente por outra pessoa, complementando um engenhoso plano. Isso levantava questões sobre quem era realmente o "Aviador Misterioso" e como ele conseguiu se inserir tão profundamente na mente de todos.
Conforme a investigação avançava, os personagens se viam em um labirinto de mentiras e emoções, onde a verdade parecia estar sempre escapando. A figura do aviador tornava-se cada vez mais enigmática à medida que sua verdadeira identidade escapava às investigações, lançando dúvidas sobre seus propósitos e o que realmente aconteceu durante o Show Aéreo.
Os Três Filhos de Elian Baalbek
Elian Baalbek sentia-se destroçado em meio a um turbilhão de emoções e acontecimentos incontroláveis e imprevisíveis. A notícia inicial da morte de sua filha Sophia no trágico acidente no Show Aéreo de Beirute já o havia abalado profundamente. A visão das imagens destroçadas da aeronave e a comoção dos fãs e admiradores do 'aviador misterioso' aumentaram sua dor e desespero.
Desde o momento em que soube do ocorrido, Elian sentiu-se culpado por deixar que sua filha fosse ao show aéreo, apesar de ter contratado seguranças armados disfarçados para protegê-la sem que ela soubesse. Eles falharam em impedi-la de entrar no avião e participar do show. Todos estavam muito preocupados com sua saúde, mas ele se recusava a ser tratado por um médico e a aceitar medicamentos.
O que se seguiu foi ainda mais angustiante. A descoberta de que não havia corpo entre os destroços, levantando a terrível possibilidade de um sequestro, foi como se outra faca ainda mais afiada perfurasse seu coração já dilacerado. A incerteza sobre o destino de sua filha, se ela estava viva ou nas mãos de desconhecidos cruéis, se ela estava sendo maltratada ou sofrendo abusos, era uma dor insuportável para ele.
Elian sentia-se esgotado, seu corpo lhe pesava como se estivesse endurecido e podre por dentro. Pálido como um cadáver, suas mãos ossudas que sustentavam sua cabeça, mostrando sua tristeza profunda. Por perder a fome e estava há dias sem se alimentar, ou dormir, era como ver um zumbi.
Elian sentia-se esgotado, seu corpo lhe pesava como se estivesse endurecido e podre por dentro. Pálido como um cadáver, suas mãos ossudas sustentavam sua cabeça, mostrando sua tristeza profunda.
Usava a mesma roupa, sentado em sua cadeira, ignorando todos ao seu redor, apenas esperando notícias de sua filha que nunca vinham, e quando chegavam, eram cada vez mais desalentadoras.
A falta de pistas e a incapacidade das autoridades em identificar o sequestrador e determinar seu paradeiro, ou entender os motivos por trás desse terrível evento, deixaram Elian em agonia constante. Cada hora sem notícias de Sophia era como uma eternidade de tormento, seu pensamento fixo na imagem de sua filha querida, imaginando o que poderia estar acontecendo com ela, se estava com medo, ferida ou sozinha. Impotente e desesperado por não poder fazer nada além de esperar e confiar nas investigações, era uma tortura mental.
Elian sentia-se como se estivesse lutando contra um inimigo invisível, em um labirinto de sombras e incertezas onde cada passo era uma agonia ainda maior. A ausência de respostas claras, a falta de pistas concretas, tudo contribuía para aprofundar sua aflição e desamparo.
Diante desse cenário de dor, Elian, convocou seus três filhos, Silas, Cadem e Félix, para comparecerem a uma reunião em sua mansão. Nesses poucos dias, Ele havia envelhecido décadas, fraco, emagrecido e pálido. Sentado em sua poltrona na sala de estar, onde tinha demoradas conversas com Sophia, disse a seus filhos.
— Não quero mais nada nessa vida que não seja o retorno de sua irmã. Darei tudo o que tenho a quem a traga de volta e nada a todos os outros. Posso estar sendo injusto e morrerei com essa culpa, mas não posso viver assim pensando no destino de Sophia nesse mundo selvagem. Vão, procurem os seguranças, os policiais e detetives que investigaram a ocorrência do acidente, achem as pistas e tragam Sophia de volta. Esse é meu último desejo, ou não voltem nem para o meu enterro.
— Não fale assim pai, entendemos o teu sofrimento e como o senhor todos amamos Sophia, tenha mais confiança em nos e se anime, nós iremos encontrá-la para o senhor voltar a ser como sempre, pai. Disse Félix, o primogênito e apoiado pelos seus irmãos.
Félix, o mais velho e experiente, era um ex-militar com contatos em várias agências de segurança e inteligência. Sua rede de contatos e conhecimento seria essencial para investigar os possíveis sequestradores e rastrear qualquer pista sobre o paradeiro de Sophia. Silas, o irmão do meio, era um programador talentoso, capaz de obter informações. Começou a planejar sua estratégia de pesquisa de registros e redes de comunicações, transações financeiras que poderiam estar ligadas ao sequestro de Sophia. Caden, o caçula, era um negociador habilidoso e com talento natural para ganhar a confiança das pessoas. Ele se infiltraria em círculos sociais e criminosos, buscando informações sobre quem esteve envolvido no desaparecimento de Sophia.
Enquanto cada um seguia sua estratégia, Elian Baalbek, cada dia mais fraco e doente, encaminhava-se a um triste final.
Após semanas de investigação intensa e perigosas, os três irmãos não conseguiram localizar nenhum vestígio ou pista do paradeiro de Sophia. Era como se ela tivesse realmente morrido no acidente e seu corpo fosse consumido totalmente pelas chamas. Assim, cada um dos irmãos selecionou um caminho qualquer no qual seguiriam contando com a sorte e nada mais para achar sua irmã perdida. Félix escolheu o norte, indo fundo no deserto sem esperanças, esse seria um caminho natural por onde os sequestradores poderiam ir sem deixar pistas. Silas iria para o sul, investigando todo e qualquer sinal que pudesse levar ao paradeiro de Sophia. Para Caden, sobrou o leste, por onde realizaria sua procura.
O Palácio em Creta
Todos a chamavam de senhora ou madame, e isso acontecia há tanto tempo que ela já se esquecera do próprio nome. Às vezes, ela se confundia com a ordem dos fatos, mas tudo estava sempre perfeito a ponto de não parecer natural, ou seria o contrário? O perfeito era tão habitual que se tornava o novo normal. Como alguém poderia negar-se a ter tudo de bom, suas vontades sendo antecipadas e tudo sempre em ordem? Seu senhor, Astro, era bom, atencioso, carinhoso e belo como nenhum outro homem jamais poderia ser. Sua vida era um sonho, ou melhor, era como o melhor dos sonhos jamais sonhados deveria ser. Assim, o passado era confuso, o presente se dilatava em um agora sempre perfeito. Seu nome fora perdido junto com a sua infância, o passado era irreal, como se estivesse muito distante na memória, soterrado por infinitas e novas histórias. O passado agora era uma fábula contada e há muito esquecida, e assim foi com o acidente, que era menos que uma lembrança, e o resto era insólito e desprezível frente ao presente entorpecedor que a preenchia completamente.
Ontem, ela teve sua primeira noite de amor com seu amado, e hoje seu filho foi entregue a ela pela sua ama sorridente, para que ela o amamentasse. Como se fosse possível o tempo cavalgar sobre o tempo. E se isso já não fosse perfeito o suficiente, as festas da primavera eram maravilhosas e aconteciam todos os dias. Os jardins do palácio eram um reino mágico de sol, sombras, água e capim macio, onde agora as crianças brincavam e sorriam. Nas noites quentes de verão, as piscinas iluminadas eram lindas e provocavam reflexos coloridos nas folhagens ao redor, que se misturavam com o movimento causado pelo vento levemente refrescante e que a deixava sonolenta ao se misturar com os risos de seus três filhos.
Hoje, Astro, o seu senhor, veio acordá-la como sempre, com um beijo e o seu sorriso cativante. Após a rápida refeição, levou-a ao jardim onde um cão de caça os esperava. Era um galgo grego, mas ele não tinha realmente nada de especial. Era um cão de tamanho médio, amarelo-claro, de rabo enrolado. Ele era um animal amigável, mas isso a deixou intrigada sobre a presença desse animal ali, e, como se lesse seu pensamento, Astro logo explicou: — Este cão, minha senhora, é um dos três presentes que eu te darei hoje. Ele parece um cão normal, mas é mágico e sempre acha sua presa — disse Astro, enquanto ela voltava a examinar o cachorro, que, feliz com os olhares, abanava seu rabo enrolado freneticamente. A senhora então acariciou sua cabeça, deixando-o ainda mais feliz, e agradeceu ao seu esposo, que lhe sorriu.
— O seu outro presente está aqui em frente — falou Astro, apontando para um tronco de árvore próximo onde uma seta estava fincada. Ele então se dirigiu à seta e, ao chegar, a arrancou do galho onde se encontrava, dizendo: — Essa é uma seta mágica e ela sempre irá acertar o seu alvo, e agora ela é sua.
Ela tomou a seta e a sentiu muito mais leve do que aparentava e então, como se para provar as palavras de seu marido, a arremessou contra o tronco de uma árvore do outro lado do jardim e, como disse seu senhor, a seta, mesmo impulsionada pela força débil com que a arremessara, atravessou todo o jardim, acertando precisamente o centro do tronco em que a jogara. Para o espanto da senhora, que sorriu como uma criança, o marido a encarou seriamente e, pouco depois, também sorriu.
— Agora vamos para o terceiro e último presente — disse o marido novamente, apontando para uma estátua de bronze que ela não conhecia no jardim. Era a estátua de um guerreiro, e novamente Astro explicou-lhe suas qualidades: — Este será para sempre o teu protetor e a manterá segura aqui em Creta. Seu nome é Talion, ele é quem estará sempre a lhe proteger e guardar.
Ela se aproximou da figura e, ao tocá-la, ele se transformou em um homem muito bronzeado de sol que imediatamente dobrou seus joelhos, se pondo aos seus pés. Ela então levou a mão à boca, assustada, e olhou nervosamente para o homem aos seus pés. O seu marido sorriu e, tocando levemente o ombro do homem postado à frente, ele se levantou. Astro então entregou a seta a Talion, que o cumprimentou e se retirou, sendo seguido pelo cão que os acompanhava.
— A partir de hoje, minha senhora, nossa vida mudará um pouco, mas nada mudará de fato. Talvez você até se sinta melhor com o que está por vir, ou talvez deseje voltar ao mundo dos sonhos irreais, só que estes não irão mais retornar. Hoje é o dia em que passará a ter controle da tua própria vida novamente. Tudo que existe aqui é teu, e espero que seja uma grande mulher e mãe — disse Astro, que, na verdade, era muito mais que só um homem ou seu marido, quem lhe sorria de forma cativante. Ele era uma divindade que, atento a tudo, construiu a realidade até aquele momento, mas ela parecia não compreender as implicações das palavras recém-proferidas. A figura que dominava o seu marido então beijou a esposa e a abraçou e, quando a soltou, tudo ao redor magicamente se tornou mais real, como em um novo despertar.
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