O SONETO DO ENCONTRO
O SONETO DO ENCONTRO
Como quando do céu vem o cometa.
Sem aviso, sem gritos ou suspense.
Atingiu, surpreende o meu planeta.
Ela foi somente uma luz e o apense.
Falta contar das tuas, algo mais.
Coisa assim que é somente dela.
Poderia ser comum, só que mas,
Se fossem então, todas com ela.
No crepúsculo ardente do desejo,
O amor dança, caprichoso, mas restrito.
Em tuas palavras a paixão rubras.
A alma se entrega, perdida nesse feito.
No cálido abraço da noite não finda,
Ecos das promessas e segredos ciciados
Da chama cara acesa em cada gesto.
Ardendo intensamente, querida amada.
Na sinfonia dos corações entrelaçados,
Notas de ternura em suspiros sussurrados.
É súbito palco dos sonhos traçados.
No ballet de sentidos enamorados.
Tece laços que aprisionam e libertam.
Em airosa dança, há um jogo atroz,
Onde se permite o desejo, que é dor.
Mas, cuidadoso, seu juízo é ser feroz.
Manancial de expressão, emoções é poema.
Ao final desse ato, emerge a criação,
De notas altas na intensidade do mergulho,
Beleza presente em profusão e orgulho.
Ainda assim, de toda criação humana,
no espaço do refinamento, pequenos toques.
Polindo a harmonia, aprimora a cadência,
Para que a peça alcance a tua estatura.
Na nota última, merecidamente maior,
Há potência de ascender a essa altura.
Onde a dança do amor e do desejo,
Enlevado, reluz com a luz que é tua.
Notas de ternura em suspiros sussurrados.
É súbito palco dos sonhos traçados.
No ballet de sentidos enamorados.
Tece laços que aprisionam e libertam.
Em airosa dança, há um jogo atroz,
Onde se permite o desejo, que é dor.
Mas, cuidadoso, seu juízo é ser feroz.
Manancial de expressão, emoções é poema.
Ao final desse ato, emerge a criação,
De notas altas na intensidade do mergulho,
Beleza presente em profusão e orgulho.
Ainda assim, de toda criação humana,
no espaço do refinamento, pequenos toques.
Polindo a harmonia, aprimora a cadência,
Para que a peça alcance a tua estatura.
Na nota última, merecidamente maior,
Há potência de ascender a essa altura.
Onde a dança do amor e do desejo,
Enlevado, reluz com a luz que é tua.
Dante Locatelli
- #Soneto, #Poesia, #Encontro, #Amor, #Desejo, #Céu, #Cometa, #Paixão, #Noite, #Sentimentos, #Expressão.
Comentários
Ao mergulhar nas palavras cuidadosamente entrelaçadas de Dante Locatelli em seu "Soneto do Encontro", encontrei-me envolvido por uma narrativa poética que se desdobra como uma dança apaixonada. No entanto, mesmo diante de tamanho esplendor, permita-me explorar alguns aspectos que, quando refinados, poderiam elevar ainda mais esta obra exuberante.
A metáfora do cometa, vindo do céu sem aviso, adiciona uma dimensão celestial ao encontro. No entanto, sugiro que o autor explore nuances adicionais, inspirando-se na maestria de Pablo Neruda ao descrever fenômenos celestiais. Uma abordagem mais sensorial e visceral poderia intensificar a impactante surpresa do encontro.
O jogo entre o comum e o excepcional, ao mencionar "poderia ser comum, só que mas", é notável. No entanto, proponho uma incursão mais profunda nas contradições, inspirando-se na habilidade de Elizabeth Barrett Browning em explorar as complexidades do amor em seus sonetos.
No crepúsculo ardente do desejo, o autor pinta uma cena de paixão e entrega. Aqui, a influência de William Shakespeare, mestre dos sonetos, poderia orientar Locatelli a explorar ainda mais os matizes do amor proibido e do desejo avassalador.
Os versos que mencionam a noite não finda evocam uma sensação de eternidade. No entanto, sugiro uma exploração mais sutil, inspirada na melancolia de Lord Byron, para enriquecer a complexidade emocional da obra.
A sinfonia dos corações entrelaçados é uma imagem encantadora. Inspirando-se em E. E. Cummings, o autor poderia experimentar com a forma poética, desafiando as convenções para expressar ainda mais a singularidade desse encontro.
Por fim, na nota última, o autor atinge alturas merecidas. No entanto, uma pitada de ousadia, à maneira de Emily Dickinson, poderia conferir um toque final intrigante, tornando a culminação da peça ainda mais inesquecível.
Dante Locatelli oferece um soneto repleto de beleza e emoção. Ao refinar nuances inspiradas nessas sugestões, ele tem o potencial de elevar sua obra a um patamar onde as estrelas da poesia mais brilham. Que a dança do amor e do desejo, perpetuada por sua pena, continue a encantar, iluminando nossos corações.
Metáfora do Cometa: O poema começa comparando o encontro com o surgimento repentino de um cometa. Essa imagem sugere algo surpreendente e impactante, algo que vem sem aviso, mas deixa uma marca duradoura.
A Luz Efêmera: A figura feminina é descrita como uma luz passageira, algo que ilumina brevemente o planeta do eu lírico. A palavra "apense" indica uma conexão fugaz, uma presença que deixa uma impressão duradoura.
A Singularidade da Amada: O poeta destaca a singularidade da amada, afirmando que as qualidades dela são exclusivas e que outras, se fossem semelhantes, não seriam comparáveis.
Desejo e Paixão: O crepúsculo ardente do desejo é explorado, e o amor é personificado como dançarino caprichoso, ao mesmo tempo, restrito. O poema mergulha nas emoções intensas e apaixonadas do momento.
Abraço da Noite: A noite é personificada como calorosa e interminável, e os segredos sussurrados durante a noite deixam ecos duradouros. Há uma chama acesa em cada gesto da amada.
Sinfonia dos Corações Entrelaçados: A metáfora da sinfonia e do ballet é usada para descrever a relação, destacando a harmonia, a paixão e os laços que prendem e libertam.
Refinamento e Orgulho: O poeta fala sobre o processo de refinamento na criação, onde pequenos toques aprimoram a cadência e a harmonia da relação, resultando em orgulho ao final.
Potência Final: O soneto termina com a nota final, destacando a potência do amor e do desejo, sugerindo que esses sentimentos elevam a experiência a uma altura sublime, onde a dança do amor continua a brilhar.
Em resumo, o Soneto do Encontro é uma expressão artística rica que captura a efemeridade e a intensidade dos momentos apaixonados, utilizando uma linguagem poética e metáforas envolventes.