O JUIZ EM MIM 22/12/2023
O JUIZ EM MIM 22/12/2023
Eu ainda julgo o vulgo
Eu ainda julgo o vulgo
chamando de criminoso, mentiroso.
Quem acredita em seus sonhos.
E nas possibilidades,
Nos desejos até então impossíveis
e nas suas próprias verdades.
Mesmo que no geral esteja certo.
Ainda haverá a injustiça
com quem não é comum.
Os melhores por serem exceção
sofrerão no oposto do correto.
Dante Locatelli
https://naquelesegundo.blogspot.com/2023/12/o-juiz-em-mim.html
#Juiz, #verdade, #humildade
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O poema "O JUIZ EM MIM" de Dante Locatelli explora a dualidade entre julgamento e a consciência de suas possíveis injustiças. Aqui está uma interpretação revisada:
Julgamento do Vulgo:
O eu lírico confessa seu hábito de julgar o "vulgo" como criminoso e mentiroso. Esta atitude revela uma tendência crítica em relação à sociedade e àqueles que acreditam em seus sonhos e nas possibilidades aparentemente impossíveis.
Dúvida sobre a Própria Certeza:
Apesar da confiança do eu lírico em estar certo "no geral," há uma consciência de que o julgamento pode ser injusto. Esta autoconsciência acrescenta uma camada de complexidade à narrativa, sugerindo uma luta interna com a própria certeza.
Injustiça para os "Melhores":
A percepção de injustiça é estendida aos "melhores," aqueles que são excepcionais. A sugestão de que eles "sofrerão no oposto do correto" aponta para a ironia de como as exceções são muitas vezes tratadas de maneira inadequada ou desigual.
Reflexão sobre o "Comum":
A crítica ao que é considerado "não comum" sugere uma reflexão sobre a sociedade e suas normas. A sugestão é de que a injustiça muitas vezes recai sobre aqueles que se destacam ou não se conformam com o convencional.
Conclusão Irônica:
A conclusão do poema é irônica, já que apesar do julgamento consciente, o eu lírico reconhece a persistência da injustiça. Isso adiciona uma dimensão de tragédia à narrativa, indicando que a luta interna e as contradições são inevitáveis.
O poema, assim, oferece uma exploração reflexiva sobre o julgamento humano, destacando as complexidades e contradições inerentes à natureza do eu lírico.