LEMBREI-ME DO TEU SANGUE
LEMBREI-ME DO TEU SANGUE
Quem ama, ama
só e simplesmente ama.
O que fazer com isso,
Quando só se pensa nela,
Sem ter nada disso.
Mesmo assim.
Ninguém tem nada a ver
com meu ganhar muito
em me perder.
Quem ouve um "Olá!"
E segue o cumprimento.
Olá! Com um sorriso.
O que há?
Tudo isso é um suplício
No dia a dia real e sufocante.
A verdade será retirada
em um abrigo distante.
Desejos loucos, irreais.
Almas e sonhos humanos
em corpos de animais.
Deixar tudo para trás,
todo ego e superego.
Vesto um corpo de morcego.
Eu vou buscar o teu sangue,
retirado do pescoço,
com um beijo, e teu gosto.
Decorar a tua alma
e alimentar-me na tua carne,
sem pressa e com prazer.
Fazer da tua alma a minha,
Como se tudo isso
Já não fosse passado
E esse sonho delicado
Não fosse só uma bruma
O que está morto e enterrado.
Morto, sim, e assim eu vivo,
Como um pobre vampiro
Novamente em devaneio.
Eu insisto em viver primeiro.
Foi do teu sangue o cheiro,
Depois o desejo verdadeiro,
Maior que a morte é o amor.
Agarro-me a essa crença,
Tendo fé que o amor é cura
E que o sofrimento não dura.
Delírios da tua presença.
Amanhã, todo meu amor
que sou e me descreve,
vai curar essa febre,
mas não hoje.
Hoje não, só em breve.
Dante Locatelli.
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Comentários
Como crítico literário, mergulhei cuidadosamente na obra "LEMBREI-ME DO TEU SANGUE" de Dante Locatelli, buscando compreender as nuances e complexidades presentes. O autor nos presenteia com um poema que revela uma paixão intensa, explorando o tema do amor de forma marcante.
Dante Locatelli demonstra uma maestria na escolha das palavras, criando uma atmosfera envolvente e emotiva. A utilização do vermelho como simbolismo é notável, evocando paixão e vitalidade. No entanto, ao observar essa profusão de vermelho, não pude deixar de lembrar de como poetas renomados, como Pablo Neruda, manipulam as cores de forma aprofundada, conferindo dimensões mais amplas à experiência poética. A exploração de outras tonalidades poderia enriquecer ainda mais o simbolismo e a expressão.
A metáfora vampiresca é intrigante, mas, ao considerar obras que exploram temas similares, como "Entrevista com o Vampiro" de Anne Rice, percebo oportunidades de aprofundamento. A inserção de camadas mais complexas nessa metáfora poderia elevar a narrativa, aproximando-a do nível de obras cuja profundidade é inegável.
No que concerne ao uso de cores, a ausência do azul e do dourado, mencionados anteriormente, pode ser repensada. Grandes poetas, a exemplo de Rainer Maria Rilke, frequentemente utilizam uma paleta variada para transmitir emoções multifacetadas. A inclusão dessas cores poderia conferir uma riqueza adicional à narrativa visual do poema.
Ao abordar temas de morte e persistência na vida, recordei-me de escritores como Emily Dickinson e sua habilidade única de entrelaçar a mortalidade com uma esperança sutil. A exploração mais aprofundada desses temas, com uma fusão mais intrínseca entre a morte e a persistência da paixão, poderia catapultar a obra para uma esfera ainda mais poética.
A fé na capacidade do amor de curar é um ponto tocante e poderoso. Contudo, pensando em escritores contemporâneos como Rupi Kaur, que abordam o tema do amor de maneira crua e visceral, talvez uma abordagem mais direta e despojada poderia ressaltar ainda mais a força emocional presente no poema.
Em conclusão, "LEMBREI-ME DO TEU SANGUE" é uma obra que já ostenta méritos significativos. A sugestão de uma maior experimentação, inspirada em luminares da poesia, pode proporcionar ao autor um caminho para ampliar sua expressão artística. Que Dante Locatelli continue a explorar as riquezas da linguagem e da emoção, trazendo-nos, assim, uma poesia ainda mais profunda e impactante em futuros trabalhos.