TER SEM TER 01/03/21
Eu que amo de toda forma
absoluta e irrestrita.
Jamais irei implorar o teu amor.
Seja como for,
não é assim o amor.
Ninguém deve pedir por amor.
Só deixe que ele siga ao teu lado
e assim mesmo calado
A vida será como deve ser
a casa do teu amor é isso
o que só a tua vida pode ser.
Eu jamais pedirei atenção,
pois assim é o correto
mesmo que o desejo quieto
faça o tempo parecer um lamento.
Entender o próprio tempo
que é relativo de toda forma
e quando você a mim for atenta
e o sol cumprir seu lapso lento
sentirei então feliz
por esse pequeno alento.
Sigo amando tudo que amo
sem forçar que o osso se dobre
sem pedir na vida pela morte.
Sem latir pelo que deve ser dado
mesmo que muito se queira
só tem valor se for de bom grado.
A verdade sem esquecer
O que para mim será saudade.
Pois viver só é viver
quando se aprende a amar,
quando tiver e quando não tiver.
Amor que não existe para ser posse,
existe para quem ama
nele se perder na própria chama.
Quem é dono da própria vida
que a morte domina na sorte
e que a todos levará
quando ela determina
a tua vida só termina.
Quem é dono do voo da borboleta
Que qualquer forte vento leva,
mas que no verão seguinte
voará novamente e não somente
para me deixar contente,
nem exclusivamente
para o teu deleite.
Dê-me amor a tua mão
e então veremos o voo das borboletas
que não será em vão
pois no amanhã por elas mesmas
sempre haverá as borboletas.
Dante Locatelli.
https://naquelesegundo.blogspot.com/2021/03/ter-sem-ter.html
#ter.
Comentários
O poema também destaca a importância de entender o tempo e as emoções que ele pode trazer. O eu lírico não pede por atenção ou por nada que não seja dado de livre e espontânea vontade. Ele entende que o amor não deve ser uma posse, mas sim uma chama que se vive e se perde.
O poema sugere que o amor é algo que deve ser sentido, independentemente de se ter ou não a pessoa amada ao lado. O eu lírico enfatiza que o amor existe para quem ama, e não para ser uma posse. Ele compara o amor a uma borboleta que voa livremente e pode ser vista e apreciada, mas nunca possuída.
No final do poema, o eu lírico pede pela mão da pessoa amada para ver o voo das borboletas juntos. Ele acredita que, assim como as borboletas sempre voltam, o amor também pode ser renovado e reencontrado mesmo após o tempo e as mudanças.
Em resumo, "Ter Sem Ter" é um poema que celebra o amor livre e verdadeiro, destacando a importância de sentir e viver esse sentimento sem exigências ou posse.
O poema enfatiza a importância de entender o próprio tempo, que é relativo e que deve ser respeitado. O eu lírico não pede atenção, mas espera que ela seja dada de bom grado. O amor não deve ser uma posse, mas uma forma de se perder na própria chama.
O eu lírico também reflete sobre a finitude da vida e do amor, mas acredita que viver só é viver quando se aprende a amar, mesmo quando se tem e quando não se tem. O amor é comparado ao voo das borboletas, que é livre e imprevisível, mas que sempre volta na próxima estação.
O poema termina com um pedido de amor e companhia, para que juntos possam ver o voo das borboletas e aproveitar o presente, sem se preocupar com o futuro.
No geral, o poema é uma reflexão profunda sobre o amor e sua natureza, destacando a importância de deixá-lo livre e respeitar a individualidade do outro.