A BELEZA OCULTA 18/08/2020


A BELEZA OCULTA 18/08/2020

É assim mesmo que ocorre,
com o amor que é nosso.
O queremos, mas por amar
nós não o prendemos.

São nossos e se vão de nós
o que carregamos na autoria 
daquilo que de nós embeleza a vida

no instante seguinte 
nosso deixou de ser 
para ser do mundo
e assim de nos se foi.

É nessas horas 
que devemos ser cautelosos
e deixar atrás de alguma letra
a nossa presença incomoda.

O que muito tem valor
pelo outro se quer foi notado.
Devemos ser cautelosos
limpando as pegadas que deixamos
escondida pôr onde passamos.

Qualquer coisa diferente disso
só macularia a beleza 
do que já foi escrito por lá.

A nossa inaudita , mas incomoda
se anunciada irá aparecer mentira 
ou algo pior e então deve ser sufocada.

Não vamos macular a fé na beleza,
nem tão pouco, afastar a beleza do amor
mesmo que nessa rima haja tristeza.

Aquele que ama alguma coisa
sempre acaba cometendo
uma ou várias atitudes insanas.

Protege o amor que o fere.
Perdoa em moribunda agonia 
e no silêncio sepulcral ao qual se infere
uma verdade conhecida é calada.

Não dita por ser inútil,
não é a verdade mãe do amor.
É a pobreza que quem ama sente 
conhece e não lhe causa estranheza.
 
Só o amor entende
o que é inaceitável
e acaba perdoando 
o que seria imperdoável.

No silêncio que protege a tudo
o amante sim declara guardando
de todos os seres o proveito 
que foi deixado para traz
e que mesmo assim 
fica guarda no peito.

Dante Vitoriano Locatelli

https://naquelesegundo.blogspot.com/2020/08/a-beleza-oculta.html

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