MORTO PRIMEIRO 07/09/2014
MORTO PRIMEIRO 07/09/2014
Sou só um espírito
confuso e errante
nos trajetos dos meus dias
andado em paços dormentes.
Morri a pouco sou novo
não estou vivo sou morto.
Num quebrar de ovo.
Quando percebi
que já não vivia.
Pude buscar abrigo
deixei-me levar tranquilo
sai do meu umbigo
A morte é sonhar como vida
que não mais temos.
Desejo de terra, de sentir,
passar e experimentar .
Vida de morto é um sonho.
Sem ter ninguém sempre tendo.
Aqui cada um é preso
em seus próprios sonhos
dos quais participamos sem estar.
Vivemos de visitas
que vem e vão de nossos sonhos.
Hoje entendo viver é construir
desejo e amor
de quem dele participa.
Mortos vivemos
nunca sós e jamais
acompanhados.
Verdadeiramente vivemos
só de imagens e imaginação
de pensamentos
como se fossem memórias ou lamentos.
Tempo perdido em revolta,
manto dos incapazes.
Acreditar na força que destrói
com desculpas de recomeço.
Perda tempo e do momento.
Onde piso hoje é Lua.
Quem passa por detrás das nuvens
de verdade e do desejo
é a Terra como se fosse luar.
Detrás de árvores maternas
enegrecidas de passado
é da Terra que se vê
onde esconde se a realidade.
Peço eu que novamente
não me perca
em atitudes confusas
e desculpas de facilidade.
Que possa eu aceitar
em minhas dádivas.
Nesta Terra que desejo
que possa eu renascer.
É assim
que a vida começa
com uma prece.
Um pedido a Deus em coragem
pedimos pela vida
e quando a temos
simplesmente se esquece.
Dante Locatelli.
http://naquelesegundo.blogspot.com/2018/09/morto-primeiro-17092014.html?m=1
Espírito, morto, mundo_material.
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