AZUL E ROSA 13/04/2018


AZUL E ROSA 13/04/2018

Em um rio de pedras azuis
correm águas frias,
que não bloqueia a visão
de quem ao fundo se faz presente
em múltiplos tons de azul
brilhantes, limpas e reluzentes.

Em um rio de lágrimas ausentes
quem choraria ou chorou
respira fundo e se faz contente
enquanto o sol passou e sorrio.

O mesmo rio que corre frio
e carrega poucas folhas caídas
que das árvores se foram
passando em seguida.

Ninguém as vê
verdes ou negras, inteiras ou partidas
em uma fria e translúcida passagem
que se foi em sua rápida viagem.

As pedras azul-esverdeado
como centenas de olhos claros
assistam o céu em sua infinita transição
de suas cores monótonas mutantes
entre o preto e o azul
salpicada ou manchada de branco
fosco ou reluzente.

Naquela tarde do final do verão
as milhares de pedras azuis
assistiram extasiadas
o show do sol poente
que pintou de rosa incandescente
o céu naquele instante.

E se foi levando a luz
e sem ele não se via nada
nem o céu no alto
nem as milhares de pedras azuis
tristes e caladas.

Que estáticas fitavam o alto
do fundo do seu rio gelado
naquela tarde no final do verão
quando o sol levou a luz
e o céu cor-de-rosa
embaixo do seu chapéu.

Dante Locatelli.

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