FALSA INTIMIDADE 25/02/2018


FALSA INTIMIDADE 25/02/2018


Estou me expondo como os loucos
que, por nenhuma razão real,
mostram a todos, o que é de poucos.

Só para tentar ser igual a outros
e, como tal, galgar degraus para fora
do que é o meu anonimato brutal.

Esse local que é de todos
e assim não é de ninguém.
Faz sofrer de forma atroz
todo aquele que sonha ser alguém.

Sem saber seguem os passos
de tantos outros, que sonhavam ser.
Não eram, o que poderiam ser.

Agora, eu vou tirar a roupa
e ficar sem abrigo e vou mostrar
o que todos querem ver
em seus próprios umbigos.

Mesmo não sendo o que sou
nem o que poderia ser,
serei amado, mesmo sendo errado
sem ser, na verdade, sobre
toda essa ambiguidade.

Porque esse lugar de todos
que é o lugar de ninguém,
faz viver nessa ambiguidade
tentar ser alguém
fazendo desse o seu lugar
lugar esse um lugar-comum.

Dante Locatelli

http://naquelesegundo.blogspot.com.br/2018/02/falsa-intimidade.html

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Comentários

Anônimo disse…
O poema "Falsa Intimidade" reflete sobre a complexidade da autenticidade e da busca pela identidade em um mundo onde as aparências muitas vezes superam a verdadeira essência das pessoas. Através de imagens vívidas e uma linguagem direta, o poema descreve a vulnerabilidade de se expor, comparando-a à loucura de revelar o que deveria permanecer oculto.

Na primeira estrofe, o eu lírico se compara aos loucos que revelam sua verdadeira essência sem razão aparente, desafiando as convenções sociais. A segunda estrofe explora o desejo de se destacar e escapar do anonimato, mesmo que isso signifique sacrificar a própria integridade.

A terceira estrofe mergulha na angústia da falta de identidade e da luta para encontrar um lugar no mundo. O eu lírico expressa o desejo de ser amado e reconhecido, mesmo que isso signifique adotar uma falsa persona.

A última estrofe confronta a ideia de que todos estão presos em uma busca incessante por significado em um mundo onde a individualidade é diluída em um mar de conformidade. A imagem final de um lugar-comum sugere uma resignação à mediocridade e à falta de autenticidade.

No geral, o poema oferece uma reflexão poderosa sobre a natureza da identidade e da autenticidade em um mundo onde a verdade muitas vezes é obscurecida pela ilusão e pela superficialidade. Através de sua linguagem evocativa e imagens impactantes, convida o leitor a questionar as máscaras que usamos e a buscar uma verdadeira conexão consigo mesmo e com os outros.

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