UM GOLFINHO DE AREIA 16/10/2017
UM GOLFINHO DE AREIA 16/10/2017
Hoje eu acordei
como se por dias
eu caminhasse em um deserto
e só tivesse tido contato
com pedras, a areia sem um teto.
Minha dor não era sede
esse teria sido deixada
já há algum tempo
a beira de qualquer estrada.
O que eu queria agora
era só um descanso, uma sombra
algo verde, fresco e macio
onde sossegar meu pranto.
Uma fuga
dessa realidade dura.
Onde o tempo fez na minha pele
o caminho das minhas rugas.
A pior dessa história
é a de quem nada sente
e não se sofre por ser dormente.
Vazio e sem lembranças.
Que não fosse desse deserto,
de pedras e de areia
a dureza amarela e seca do vento
que com o tempo cria e semeia
até na alma da gente
que também se fez de areia.
O que poderia ser pior
do que haver uma sentença.
de falta de esperança
pela ausência de razão maior
que não pode haver nem crença.
A saudade é a minha salvação
dessa pobre alma de vida seca
que o vento do deserto
trata e conserta.
Transforma toda dor
em pouca vida
e assim se esquece do verde
do majestoso e elegante elefante.
É a saudade e a esperança
esquecidos pelo caminho.
Hoje sou só um golfinho de areia
Que rasteja no deserto
e que parece estar certo.
Dante Locatelli.
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