O LEITOR 14/01/2017


O LEITOR 14/01/2017

Permita-me essa poesia maltrapilha.
De um raro momento brasileiro
onde a verdade não é tormento
em teu prazer que,
na verdade, é meu contentamento.

Será que é esse o lugar em que nasci?
O que houve com a roda de samba
e a brasa do churrasco
não me entendam mal
toda cristalização da cultura é valida
mas as letras do funk pobre
ufanando o sexo, banalizando o amor
me empobrece a alma e me entristece.

Quando meminas de dezesseis anos
se amontoam em maternidades
para o parto de segundo filho
do qual o mesmo pai não toma parte
pode haver nisso, alguma arte.
Eu sei esse poema está fadado ao esquecimento
pois o poeta não tem força de mudança
ele é somente uma voz que cantas.

Os poetas que serão lembrados
são os poetas dos morros
os que participam das orgias
dão risadas e suas bençãos
até para as próprias crias.
Dali eles são e ali eles se criaram.
Não conhecem outra realidade.

Chamam e acham
que essa libertinagem é liberdade.
Chamam sexo de amor,
mas não lembram do nome
com quem ontem fizeram sexo
ou se ela hoje passa fome
e acham que ontem tiveram uma noite de amor.

Tudo isso desencadeado por essa imagem
que depois do que foi dito parece sem nexo
que também rima com sexo,
mas que nesse caso até possa ser
a lembrança de uma noite de prazer
que se esteve com a mulher amar.
Não hoje, mas do que foi uma vida passada
Que se refaz diariamente nas letras dos versos
com o qual ele ainda hoje chora
não por dor, mas por saudade
que ainda é a única forma de amar de verdade.

Dante Locatelli

http://naquelesegundo.blogspot.com.br/2017/01/o-leitor.html


#o_leitor, #Dante, #Locatelli, #poema, #poeta, #amor, #rima, #verso, #poesia.

Comentários

Postagens mais visitadas