SEM MOTIVO 02/08/2016
SEM MOTIVO 02/08/2016
Às vezes eu me pego pintando flores,
escrevendo versos.
Criando apego com o que é banal
só porque é meu.
Porque está lá ao meu lado
é passa como que pedindo
que eu te faço um chamego.
Às vezes eu me pego
atônito sem razão
como preso por pregos.
Paralisado sem força
ou seria sem um porquê.
Às vezes escrevendo bobagens
só para não perder tempo.
Que com razão pode ser produtivo
nas sem vontade,
Sem desejo não tem sentido.
Eu só não mato borboletas
nem as guardo em gavetas
Já guardei,
hoje não guardo mais.
Já acordei em sobressalto
de um sonho no sufoco
Não faço mais isso,
não escondo borboletas
guardas em gavetas.
Dante Locatelli
#motivo, #razão, #sentido.
http://naquelesegundo.blogspot.com/2016/08/sem-motivo.html
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Comentários
O poema começa com a descrição do eu lírico pintando flores e escrevendo versos, criando um apego ao que é aparentemente banal, mas que tem importância por ser seu. Essas atividades aparentemente triviais ganham significado pela conexão pessoal que o eu lírico tem com elas.
O eu lírico também se vê em momentos de atonia, sem razão aparente, como se estivesse paralisado ou preso por "pregos". Ele não consegue encontrar um motivo ou explicação para esses estados emocionais.
Nesses momentos, o eu lírico escreve bobagens apenas para não perder tempo, mas reconhece que sem vontade e desejo, essa atividade não tem sentido real. Isso sugere a busca por uma motivação genuína e significativa nas suas ações.
A menção às borboletas guardadas em gavetas é uma metáfora interessante. Talvez represente momentos do passado que o eu lírico já tentou esconder ou guardar, mas que agora percebe que não faz mais sentido fazer isso. O ato de esconder borboletas pode simbolizar reprimir ou esconder aspectos de si mesmo.
O poema termina com o eu lírico afirmando que não esconde mais borboletas e não acorda em sobressalto por um sonho sufocante. Ele parece estar aceitando e liberando as coisas que o incomodavam ou o prendiam, buscando viver mais livre e autêntico.
"SEM MOTIVO" é um poema introspectivo que aborda a busca por significado e motivação na vida, e a importância de se libertar de amarras emocionais para viver de forma mais genuína e livre.