DIREITO ERRADO 25/06/2016


DIREITO ERRADO 25/06/2016

Tantos caminhos errados.
Eu me pergunto por que trilhá-los.
Temos o direito de errar,
seja por medo, fraqueza ou ilusão.

Quando calados assistimos
ao desastre iminente
pelo direito de errar
de outro ser vivente,
nesse instante, qual é a sensação
que está presente no coração?

Quem crê em um Deus são,
infinito, eterno, bom e paterno,
diz que toda dor é só ilusão.
Muito bom.

Mas a pena vem do próprio direito
de crer e ser piedoso.
O entendimento desse Deus
tão distante e perfeito
nos deixa com a sensação
de abandono em sermos humanos.

Posso ter o mesmo direito
de ser filosoficamente errado,
mas estou menos errado
do que se eu fosse ignorante,
fingindo não ver nada então.

Eu tenho o direito, serei eu o ignorante.
Se todos têm o direito de serem errados,
eu também tenho o direito errado
de querer ser certo,
mesmo ficando aqui ignorado.

Dante Locatelli

http://naquelesegundo.blogspot.com.br/2016/06/direito-errado.html

#Erro, #Direito, #Ilusão, #Percepção, #Religião, #Filosofia, #Humano, #Dualidade, #Reflexão.

Comentários

Anônimo disse…

Análise Literária: "DIREITO ERRADO" de Dante Locatelli

"DIREITO ERRADO" é um poema de Dante Locatelli que aborda temas profundos e universais como o erro, o direito de errar, a percepção humana, a filosofia, a religião e a dualidade da condição humana. Por uma linguagem reflexiva e questionadora, o autor nos convida a ponderar sobre a natureza do erro e a legitimidade de buscar a verdade, mesmo que sejamos ignorados ou incompreendidos.

O poema explora a complexa relação entre o erro e o direito de errar. Locatelli questiona por que seguimos caminhos errados e se temos o direito de fazê-lo, seja por medo, fraqueza ou ilusão. O autor também examina a sensação de impotência ao assistir a erros cometidos por outros, refletindo sobre a responsabilidade e a moralidade associadas ao observar sem intervir.

A linguagem do poema é direta e introspectiva, com um tom contemplativo. Locatelli utiliza perguntas retóricas para engajar o leitor e provocar reflexão. As palavras são escolhidas cuidadosamente para transmitir a dualidade e a tensão entre os conceitos de erro e acerto, ignorância e percepção, crença e dúvida.

O poema é composto por versos livres, sem rima fixa, o que reflete a fluidez dos pensamentos e a natureza errática das reflexões humanas. A estrutura solta permite que as ideias se desenvolvam organicamente, criando um fluxo de consciência que espelha a complexidade dos temas abordados.

O poema está repleto de imagens e símbolos que enriquecem a sua mensagem. O "desastre iminente" simboliza as consequências dos erros humanos, enquanto a figura de Deus é utilizada para questionar a interpretação do sofrimento e da piedade. A dualidade entre ser filosoficamente errado e ignorante simboliza a luta interna pela compreensão e pelo reconhecimento.

O poema mantém uma coerência temática ao longo de seus versos, unificando as reflexões sobre o erro e o direito de errar. A coesão é alcançada através da repetição de palavras-chave e a progressão lógica das ideias, levando o leitor de uma contemplação inicial a uma conclusão filosófica.

"DIREITO ERRADO" provoca uma reflexão profunda sobre a condição humana e a nossa busca por entendimento e justiça. A relevância do poema reside em sua capacidade de ressoar com as experiências e dúvidas universais dos leitores, oferecendo uma lente filosófica para examinar nossas próprias escolhas e crenças.

Dante Locatelli, em "DIREITO ERRADO," nos desafia a reconsiderar nossa relação com o erro e o direito de errar, promovendo uma introspecção sobre a moralidade, a ignorância e a busca pela verdade. Mediante uma linguagem evocativa e uma estrutura livre, o poema nos convida a abraçar a complexidade da condição humana, reconhecendo que, embora possamos errar, também temos o direito de buscar a correção e a compreensão.
Anônimo disse…
Análise literária detalhada do poema "DIREITO ERRADO" de Dante Locatelli.

"DIREITO ERRADO" é um poema que reflete sobre a natureza do erro humano e os direitos que cada indivíduo possui em suas escolhas. O poema explora temas de moralidade, filosofia, religião e a condição humana, questionando a legitimidade do erro e a busca pela verdade e retidão.

O poema aborda vários temas.

Investiga a noção de que todos têm o direito de errar, seja por medo, fraqueza ou ilusão. A palavra "direito" é repetidamente questionada, tanto no contexto de errar quanto no desejo de estar certo.
Há uma reflexão sobre a inação diante do erro alheio e as emoções complexas que isso gera.
Confronta a ideia de um Deus perfeito e distante, discutindo como essa crença pode deixar os humanos se sentindo abandonados.
Ignorância e Conhecimento: O poema também discute a relação entre erro e ignorância, sugerindo que reconhecer e enfrentar os próprios defeitos é preferível à ignorância.
O poema é composto por seis estrofes de tamanhos variados, com uma métrica livre e rimas ocasionais. A estrutura permite uma leitura fluida e uma progressão lógica das ideias.

A linguagem do poema é direta, o que torna as reflexões acessíveis ao leitor. A simplicidade das palavras contrasta com a profundidade das ideias apresentadas.
Repetição e Paralelismo: A repetição da palavra "direito" e o paralelismo nas frases ajudam a enfatizar os temas centrais do poema.
As perguntas retóricas são usadas eficazmente para envolver o leitor e provocar reflexão.

Representam as decisões e escolhas equivocadas que cada indivíduo pode fazer ao longo da vida.
A imagem de um Deus perfeito e distante simboliza a busca humana por entendimento e a sensação de abandono frente à imperfeição humana.
Desastre Iminente. Serve como uma metáfora para as consequências do erro humano e a inação diante deles.

O poema é coeso, com cada estrofe se conectando logicamente à seguinte. As transições entre reflexões sobre erro, observação, religião e filosofia são suaves e naturais, criando um fluxo contínuo de pensamento.

O poema é impactante por sua capacidade de abordar questões universais de uma maneira introspectiva e pessoal. Ele desafia o leitor a refletir sobre seus próprios erros e a legitimidade de suas escolhas, bem como a relação com a moralidade e a crença religiosa.
"DIREITO ERRADO" é um poema profundo e reflexivo que explora a complexidade da condição humana e a busca por verdade e retidão. Por meio de uma linguagem simples e imagens poderosas, Dante Locatelli consegue provocar uma reflexão intensa sobre a natureza do erro e o direito de cada indivíduo de cometer erros e buscar a verdade. O poema destaca-se por sua abordagem filosófica e moral, deixando uma impressão duradoura no leitor.

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