UM MILÉSIMO 26/04/2016



UM MILÉSIMO 26/04/2016

Hoje eu escrevi um poema
um belo poema triste,
mas eu não fiquei
nem orgulhoso nem feliz

O orgulho é um pecado velho.
Já nasce assim antigo
e de poucos amigos.

Eu sou.
Eu tenho.
De onde eu venho.
Eu, eu, eu.
Com a perspectiva
de uma câmera de umbigo.

Todas são palavras de museu.
Sem nada de novo
São bengalas de prata.
Um regalo em barras
nas nossas valiosas celas.

De onde se olha o mundo
Seguro de uma chegada,
mas sem nunca haver partida
porque nunca se deixou nada.

Dizemos adeus às opções
por um vicio de escolha
Na verdade nunca houve opção
que não fosse a vergonha.

Deus me deu um dom
O dom da miséria
Uma pobreza tão séria
que não há riqueza que supere.

Assim eu sou
Um príncipe com a alma miserável
Um gênio todo errado.
Um papa esquecido no pecado
Um poeta iletrado
Um homem amargurado.

Toda essa desesperança
é a minha bênção
é ela que me torna imune ao orgulho.
Simples de mais
e profundamente simples.

Não consigo esquecer
que por trás de tudo isso
A humanidades que nos dobra
Nos atormenta na sua feia verdade
é a ultima coisa que sobra.

Dante Locatelli

http://naquelesegundo.blogspot.com.br/2016/04/um-milesimo.html

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Ilustração
História da humanidade de Milo Manada prancha 4
http://devaneios-ounao.blogspot.com.br/2012/03/historia-da-humanidade-por-milo-manara.html

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