INVERNO 20/12/2015
INVERNO 20/12/2015
É inverno e a neve se deposita
sobre a calçada da ponte.
O passeio sobre o rio está escorregadio.
A luz opaca da iluminação elétrica
na névoa se torna um borrão.
A ausência de pessoas
prova o frio agora presente
e nesse trajeto novamente
veio-me a lembrança
do outono daquele ano.
Da irradiação de felicidade
que vinha deste mesmo caminho
Hoje sobrou o vazio
deste lugar de tantas lembranças
onde agora eu ando sozinho.
Poderia eu ter mágoa do mundo.
Culpar a tudo e a todos
pela minha atual situação
em vez disso aqueço-me na memória
do meu amor e de sua glória.
Em vez de fugir da dor em aversão
uso-a como apoio e ponto de partida.
Em vez de lagrimas tenho um sorriso
Que brota na lembrança e na saudade.
Como um garimpeiro
que retira um diamante minúsculo
do fundo da peneira,
lavando e escolhendo com cuidado
o cascalho do fundo do rio
eu garimpo na dor e na saudade
a minha felicidade.
Essa ponte que poderia ser
a ponte da minha dor
Torna-se o símbolo do meu amor
por essa cidade.
Novamente eu pareço um maluco,
perambulando no frio do inverso
em uma noite vazia.
Eu caminho pela cidade sorrindo.
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