A PRAIA 30/11/2015
A PRAIA 30/11/2015
O local que é o limite do mar.
Dali em diante o mar acaba e começa a terra.
Aquela poça de lagrimas gigante
dá lugar de repente a o chão
um apoio, podemos nos erguer
ficar em pé sem flutuar.
Para os que não respiram sob a água um alento
Pode-se fechar os olhos e dormir
sem o risco de sufocar.
Nada mais virá do fundo
em um momento invisível
colocar-me em perigo.
Morder a minha carne sem aviso.
Aqui em pé é onde o mundo finge que faz sentido
só ficou o sentimento que repete tudo isso.
São só meus sentimentos
que me deixam a noite acordado
Com esse medo sem razão de morrer sufocado.
É só meu sentimento
que arranca pedaços da minha carne
que arranca pedaços da minha carne
Em mordidas de predadores
que me atacam e me devoram
que me atacam e me devoram
sob seus caminhos invisíveis.
São só meus sentimentos
que ainda me fazem flutuar sem apoio
Deixam-me na luta pela sobrevivência
em manter minha cabeça a tona
uma luta inclemente
perdida em cada piscar de olhos
que me levam a o profundo do inconsciente.
A praia não é só o
sonho dos náufragos
é o caminho dos poetas suplicantes.
O naufrago ao menos sonha com o lugar
onde sempre acaba o mar.
O poeta é um naufrago sem esperança
não há praias em seus sentimentos
Há somente os sonhos e os colos
Salva-vidas temporários
nos quais nos arriscamos
em abrir novas feridas,
novo sufocar
novo sufocar
arriscamos perder a vida.
É por isso que o mar
é o lugar dos poetas.
É lá que encontramos nossos iguais.
Os que saem vitoriosos de suas águas
e os que passeiam pateticamente
perdidos na margem dos sentimentos.
Dante Locatelli
https://naquelesegundo.blogspot.com/2015/11/a-praia.html
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