LOBO DE BARRO 29/06/2015




O LOBO DE BARRO 29/06/2015

Antidepressivos. 
O que são esses remédios.
Tratam tristezas,
mas não quem é triste.

Na depressão o silêncio.
Os sentimentos são calados
por outros sentimentos
que são confusos e são tormentos.

Inventaram remédios
para esquecer os sentimentos.
Com o tempo esquecemos,
quem somos, porque somos.
Quando éramos o sentimento.

Hoje sentir não é tormento, 
porém, sentir não significa nada. 
Só há mais dor ao sentir. 
Mas que obscuro sofrimento.
É esse que não faz sofrer.

O que ficou na ferida
continua um tormento.
Sem sentido, sem razão,
Sem qualquer motivo.

Um tormento oco
como um sopro do vento
que vibra roca a ânfora
aberta com a boca exposta.

Um lamento sem sentido
de um uivo sem motivo
de um lobo de barro
Sem lua, sem solidão.
Sem desejo, sem razão.

Dante Locatelli.

http://naquelesegundo.blogspot.com.br/2015/06/lobo-de-barro-antidepressivos.html

#Depressão, #Sentimentos, #Antidepressivos, #Existencialismo, #Poesia, #Dante, #Locatelli, #LoboDeBarro, #Tormento, #Autoconhecimento, #LutaInterior

Comentários

Anônimo disse…
Crítica Literária: "O Lobo de Barro" de Dante Locatelli
Introdução

"O Lobo de Barro" de Dante Locatelli é um poema que mergulha na complexidade emocional da depressão e no uso de antidepressivos. Através de uma linguagem introspectiva e imagens evocativas, Locatelli tenta capturar a essência do sofrimento humano e a desconexão resultante dos tratamentos modernos. Abaixo, apresento uma crítica detalhada, apontando erros e sugerindo melhorias para elevar a qualidade do poema.
O poema aborda a diferença entre tratar a tristeza e curar a pessoa triste, destacando a superficialidade dos tratamentos medicamentosos. Esta abordagem é potente, mas poderia ser mais aprofundada. A exploração do tema poderia incluir uma reflexão mais extensa sobre a natureza dos sentimentos e a identidade.
O estilo do poema é direto e introspectivo, o que é adequado para o tema. No entanto, algumas partes poderiam ser refinadas para melhorar a clareza e o impacto. Por exemplo, a linha "Só há o não sofrer ao sentir" poderia ser reescrita para ser mais clara e poderosa, como "Só resta a ausência de sofrimento ao sentir". Além disso, a repetição de certos termos como "sentimentos" e "tormento" poderia ser reduzida para evitar redundância e cansaço.
A estrutura livre do poema é apropriada, mas a métrica inconsistente pode ser desorientadora. Um ritmo mais constante poderia melhorar a leitura e a fluidez. Dividir o poema em estrofes bem definidas também ajudaria na organização das ideias e na clareza para o leitor.
O uso do "lobo de barro" como símbolo é intrigante e eficaz, representando a fragilidade e a ausência de vida. No entanto, a metáfora poderia ser explorada de maneira mais rica. Descrições mais detalhadas e vívidas poderiam intensificar o impacto emocional e visual do poema. Por exemplo, em vez de "um lamento sem sentido de um uivo sem motivo", poderia ser "um lamento vazio, um uivo sem razão".
Algumas transições entre ideias são abruptas, o que pode quebrar a coesão do poema. A passagem de "hoje sentir não é tormento" para "porém, sentir não é mais nada" poderia ser suavizada para manter a continuidade. As ideias devem fluir de forma lógica e natural para facilitar a compreensão do leitor.
O poema tem o potencial de causar um grande impacto devido à relevância do tema da depressão. Para maximizar esse impacto, seria benéfico tornar as emoções mais palpáveis e relacionáveis. Incluir exemplos concretos e detalhados de experiências pessoais ou universais poderia ajudar a envolver emocionalmente o leitor.

Postagens mais visitadas