FIM DO ASSUNTO 26/06/2015


FIM DO ASSUNTO 26/06/2015

Se não tem nada mais a me dizer,
nada mais há, então eu me vou.
Que fique só o fim
com sua sensação oca.
Sobraram só os aforismos no peito,
e os dizeres calados na boca.

A minha felicidade foi ter dito
do meu eu um tudo.
Jamais terei de que me arrepender
por negar-me a dizer.

O que ficou não era meu
eram só maldições
que se calaram em mim
por um maior eu.

Fico só
com a minha alma novamente.
Sei que não há mais nada a se fazer,
que não vá parecer doente.
Na minha boca em engasgo,
eu me Calo.

Na minha mão fechada
fica a sensação de ainda querer.
Sinto a alma e os dedos serrados
e sinto os meus calos.

Existe ainda a dúvida
da sanidade do universo.
que também ficou
em mim cálida,
mas calada.

Dante Locatelli

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