A PENA 08/02/2015



A PENA 08/02/2015

Eu aceito o meu castigo
É meu e está em mim
por punção e sem piedade
por direito e maldade.

Endireitarei ao me sentir.
Não menor do que o defeito.
Sou dono e escravo do destino
foi Deus quem me deu,
fui eu quem escolheu.

Eu sou assim parte do todo
e ele parte de mim
Eu crio Deus que me cria.
Moldo a massa que me forma
Seguindo a divina norma.

Deus cria a moda
mas a vida que passa
é a vida que se abraça
a moda só é moda
se eu entrar na roda.

Dançá-la na cadência
que me seduz e faz carência.
É ser o instrumento
Embalando os momentos.

A vida toca e me faz som
Que ecoa seduzindo
na beleza ou na maldade
Ensinando o bom-tom.

Só há falta de dignidade
nesse ato de ter pena.
Não há cabimento
em se dizer, digno de pena.

Há um objeto
que foge desse dilema.
Eu tenho pena somente
de alguém que ama
um alguém digno de pena.

Pensando bem, nem dele eu sinto
Que até ele sofra o seu problema
Para haver solução
Só se houver dilema.

Sinto dó só dos que fogem
De crescer evitando a dor
esses pobres coitados,
jamais saberão o que é amor.

Dante Locatelli

http://naquelesegundo.blogspot.com.br/2015/02/a-pena.html

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