IGUAIS 19/01/2015


IGUAIS 19/01/2015

Um dia o bizarro deixou de ser.
Foi e se perdeu pela vida.
E o que era torto, sem ter
não era mais provido.

Só havia o reto e o nada.
Na falta do tal afeto
era tudo igual e reto.
Tudo era certo e errado.
era tudo igual e aberto.


E na falta de escolha

tudo já estava escolhido.
Tudo era e não era correto
e tudo pobremente perfeito.
e assim estava feito.

E no infinito de coisas iguais

sem mais nada por fazer
ou desfazer por detrás.

Sem nada para amar,

pois desse jeito com defeito
como é possível amar
e sem amor como poderia
isso é todo resto ser perfeito.

Dante Locatelli.

http://naquelesegundo.blogspot.com.br/2015/01/um-dia.html


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Comentários

Anônimo disse…
Neste poema, deparo-me com o desencanto de uma realidade que perdeu sua excentricidade. As palavras de Dante Locatelli ecoam um lamento pela perda do "bizarro", como se a singularidade fosse sacrificada em prol de uma monotonia superficial. A busca pela perfeição, descrita como "pobremente perfeita", revela uma ironia nas escolhas feitas. A ausência de desordem, tortuosidade e a própria ausência de amor criam um mundo onde a perfeição é desprovida de significado. Em uma análise íntima, percebo que o autor expressa a incompatibilidade entre uma busca incessante pela uniformidade e a essência complexa e imprevisível da existência humana.
Anônimo disse…
poesia de Dante Locatelli transmite uma visão melancólica e reflexiva sobre a perda da peculiaridade na vida, substituída por uma uniformidade aparentemente "pobremente perfeita". A ausência de elementos tortos e bizarros é apresentada como uma escolha que leva a um mundo onde tudo é igual e reto. A crítica à falta de amor nesse contexto destaca a importância da complexidade e da imperfeição nas relações humanas. A linguagem poética e as imagens evocativas oferecem uma oportunidade profunda de reflexão sobre o equilíbrio entre ordem e caos na busca da perfeição.

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