ENTRE NASCER E MORRER 28/08/2014
ENTRE NASCER E MORRER 28/08/2014
A vida é um intervalo.
Entre duas singularidades.
Nascer e morrer.
A alma
construída em sonhos
é como um brinquedo
de montar e desmontar.
Entre duas singularidades.
Nascer e morrer.
A alma
construída em sonhos
é como um brinquedo
de montar e desmontar.
Colagem de fragmentos
de desejos.
Uma bricolagem
é a vida.
Ao envelhecer
perdem a cor
ao se tornarem
realidade.
Em desilusão
perdem a aderência
despregando de nós
vão nos deixando nus.
No final
assim como no começo
assim como nascemos
estamos nus.
perdem a cor
ao se tornarem
realidade.
Em desilusão
perdem a aderência
despregando de nós
vão nos deixando nus.
No final
assim como no começo
assim como nascemos
estamos nus.
O que sobra de nós
são memórias
são memórias
e outras bobagens.
Dante Locatelli
https://naquelesegundo.blogspot.com/2015/01/entre-nascer-e-morrer.html
#vida, #singularidade, #nascer_morrer, #alma, #sonhos, #brinquedo, #montar_desmontar, #colagem, #bricolagem, #envelhecer, #nus, #memórias.
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Comentários
O tema central do poema é a efemeridade da vida, expressa através das metáforas das singularidades do nascimento e da morte. O poema reflete sobre a construção da alma, a perda de sonhos e a transformação da realidade em relação aos desejos.
O poema utiliza metáforas como "brinquedo de montar e desmontar" e "colagem de fragmentos de desejos" para ilustrar a formação da alma e como a vida é construída a partir de partes distintas. Essas imagens ajudam a transmitir a ideia de que a vida é uma composição complexa de sonhos e desejos.
O poema observa que à medida que envelhecemos, os sonhos e desejos podem perder intensidade e cor, à medida que se tornam realidade e, em alguns casos, levam à desilusão. Isso ressalta a transformação da perspectiva ao longo do tempo.
O poema sugere que, à medida que avançamos na vida, perdemos a aderência às nossas ambições e sonhos. Essa metáfora de "despregar" evoca a vulnerabilidade e o desapego que podem ocorrer com a passagem do tempo.
O poema conclui com a ideia de que, no final da vida, estamos nus em termos de nossas conquistas materiais e ambições. O que permanece são as memórias e as "bobagens", implicando que o valor da vida reside nas experiências e nas relações, e não apenas nas realizações materiais.
"Entre Nascer e Morrer" é um poema reflexivo sobre a transitoriedade da vida e a complexa relação entre sonhos, desejos e a realidade. Por meio de metáforas visualmente sugestivas e linguagem poética, o autor destaca a evolução da perspectiva ao longo do tempo e a vulnerabilidade inerente à experiência humana. O poema convida os leitores a considerarem o valor das memórias e experiências pessoais em face das inevitáveis mudanças da vida.
A referência ao envelhecimento e à perda de cor e aderência pode simbolizar a maneira como as pessoas mudam ao longo de suas vidas, à medida que enfrentam desilusões e desafios. No final, o poema sugere que tudo o que resta são memórias e outras "bobagens", indicando talvez a transitoriedade de todas as nossas realizações e preocupações quando confrontadas com a inevitabilidade da morte.
É uma reflexão poética sobre a condição humana e a passagem do tempo, ressaltando a importância de valorizar cada momento da vida.
O poema explora o tema da existência humana e sua efemeridade, focando principalmente nas fases do nascimento, envelhecimento e morte. A abordagem é filosófica e reflexiva, convidando o leitor a pensar sobre a vida de uma maneira mais profunda. O uso de metáforas, como a comparação da alma com um brinquedo de montar e desmontar e a vida como uma bricolagem, adiciona profundidade e imaginação ao poema. Essas metáforas ajudam a transmitir a complexidade da experiência humana.
O poema é curto e possui uma estrutura simples, com versos curtos e diretos. Isso contribui para a clareza da mensagem. O ritmo é contemplativo e pausado, o que se alinha com o tema reflexivo do poema.
O poema expressa sentimentos de transitoriedade, desilusão e vulnerabilidade humanas. Ele sugere que, ao longo da vida, as pessoas podem perder suas cores e aderência, o que pode ser interpretado como uma representação das experiências que nos transformam ao longo do tempo.
O poema termina de maneira impactante, destacando a nudez da existência tanto no início quanto no fim da vida e enfatizando que o que resta são apenas memórias e "outras bobagens". Isso convida o leitor a refletir sobre o que realmente importa na vida.
A apreciação do poema pode variar de pessoa para pessoa, pois a poesia é altamente subjetiva. Algumas pessoas podem se identificar com a mensagem do poema e encontrar significado em suas palavras, enquanto outras podem achar a abordagem muito sombria ou abstrata.
Em geral, o poema "ENTRE NASCER E MORRER" de Dante Locatelli é uma reflexão poética sobre a vida e a passagem do tempo, com o uso de metáforas e linguagem poética para transmitir sua mensagem. Sua força está na sua capacidade de provocar pensamentos profundos sobre a condição humana e a natureza efêmera da existência.
O poema "Entre Nascer e Morrer" de Dante Locatelli convoca a mente crítica para uma reflexão profunda sobre a vida, seus contrastes, paradoxos e sua inevitabilidade. Com uma simplicidade na forma, mas profundidade na mensagem, o poeta nos leva a explorar os aspectos fundamentais da existência humana, uma abordagem que poderia muito bem ser elogiada.-
Conhecendo por sua análise crítica da linguagem e do poder, foca em questões sociais, políticas e de controle. Neste contexto, o poema "A vida é um intervalo" é uma afirmação que ecoa a impermanência da existência humana. Ensina a questionar a estrutura de poder que molda nossas vidas, e este poema questiona a própria natureza da vida e da morte.
O uso da metáfora da alma como um "brinquedo de montar e desmontar" evoca a ideia de que nossos sonhos, desejos e esperanças são construções frágeis, constantemente em mutação. Isso reflete sobre a volatilidade da realidade e como o poder pode manipulá-la.
A descrição da vida como uma "colagem de fragmentos de desejos" se assemelha à abordagem crítica sobre a linguagem, sugerindo que nossos pensamentos e ideias são moldados por influências e contextos externos. A "bricolagem" da vida implica que a existência humana é uma construção cultural, destacando a importância do questionamento crítico e da desmontagem das estruturas de poder que moldam nossas vidas.
No verso "Em desilusão, perdem a aderência", vemos uma referência à perda de esperança e à desconexão da realidade. Frequentemente destaca o papel da mídia e da propaganda na manipulação da percepção pública, e esse verso sugere que a desilusão é um sintoma dessa manipulação.
Por fim, o poema conclui com a imagem de estarmos "nus", o que ecoa a vulnerabilidade da condição humana diante da vida e da morte. Nos ensina a questionar a autoridade e a buscar a verdade por trás das narrativas de poder, e o poema "Entre Nascer e Morrer" nos lembra que, no final, somos todos confrontados com nossa própria vulnerabilidade.
Assim, este poema de Dante Locatelli, com sua simplicidade, convida à reflexão crítica, lembrando-nos da importância de questionar e desmontar as estruturas que moldam nossa existência, um princípio que ecoa com as preocupações críticas.