TIM MAIA 25/11/2014
Ser poeta é dom do ser,
mesmo fazendo tudo errado.
Ainda conseguir manter
o coração assim parado.
Em meio a tantas coisas
trazer o mundo em calma
nem que seja
só por um instante,
para tirar a dor da estante.
Coloca-la no colo.
Sentir e pensar
aparar da raiva e da ira
a tristeza e a amargura
limpar tudo isso dela
e faze-la ainda mais bela.
Arrumar palavras
ajeitar as letras
Os ritmos e os sons
deixando a coisa certa.
Na posição correta.
Com coragem
de ser simples
e sem metas.
Só desapegado
Deixar ser.
Ter tempo de parar.
Só para ver
a onda se quebrar
e chegar ao ponto
de tocar que saudades
do Tim que eu nem conheci.
Acho que preciso,
será que consigo ser,
só um pouco como ele.
Parar no meio de tanta coisa
bater na caixa de um violão
para embalar um coração.
Deixo que ele siga
em sonho dormindo
embalado em um ritmo só dele
e dele que contagie
os outros corações dormentes.
Nesse mundo de carentes.
Uma coisinha de bom pra gente
Que não engorde,
não seja crime,
nem pecado.
Queria fazer só uma modinha
Uma musiquinha
Que fosse cantada assim em festa
e de tão bela, cálida e simples.
Todos pensassem ser deles mesmos
e guardassem por um instante
e sentissem ser
e nela entrassem
e fossem para um lugar feliz.
O lugar só nosso
guardado tão bem
em nós e de nós
que esquecemos onde fica
e qual é a chave da porta.
No meio desta vida torta.
Gostaria de ouvir tocar
uma poema assim
Para matar essa saudade
tão grande
que eu sinto
de mim.
Dante Locatelli
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