SER HUMANO 11/11/2014




SER HUMANO 11/11/2014

Ser humano é ser falso.
Animais não falam.
Animais não mentem.
Só demonstram
aquilo que sentem.

Mais honestos
que toda essa gente.
São o que são
sabem-se assim somente.

Mesmo assim sabem
agradar e ser fiéis,
cativar.

De seres desonestos dependem
que muitas vezes
não são o que são,
saber ser perdão
sendo somente aquilo que são.

Tão fortes e independentes
de tudo tem medo e se escondem,
enquanto fingem que sentem.
Podres humanos covardes
Presos em suas fracas realidades.

Tanto medo
de ser
de ter
de perder.

Perdem a chance.
Como eu desprezo o medo.
Por ser dele prisioneiro.
Um ser humano completo
como todos livres
em nossos cativeiros.

Dante Locatelli

Comentários

Anônimo disse…
Este poema, “Ser Humano,” transmite uma crítica profunda e pessoal sobre a natureza humana, expondo uma visão crua e desencantada do que é ser humano. Ao comparar-nos aos animais, que vivem com autenticidade e simplicidade, o poema sugere que os humanos se complicam ao fingir, ao viver em ilusões e, sobretudo, ao temer. A ideia de “prisão” é poderosa, insinuando que, apesar de toda a nossa capacidade de raciocínio e autoconsciência, ainda somos prisioneiros de nossos próprios medos e limitações emocionais.

O verso final é especialmente impactante, pois revela uma auto-reflexão que quase desafia o leitor a encarar sua própria prisão interna, reconhecendo a liberdade ilusória que muitas vezes definimos para nós mesmos. Este poema reflete, acima de tudo, uma busca por autenticidade, uma frustração com as máscaras sociais e um desejo de escapar dessas limitações. É uma obra que certamente faz o leitor refletir sobre até que ponto estamos vivendo fielmente a nós mesmos ou meramente interpretando papéis ditados por expectativas alheias.

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