AMAR 27/10/2014



AMAR 27/10/2014

Tantas e tantas vezes 
sem conta amei.
Todas as vezes, 
as pessoas teimaram
em demonstrar que 
é impossível amar.

Mas sou apaixonado em amar.
Sempre tentando 
e tentando encontrar.
Continuo procurando o amor.
Mesmo não sabendo o que seja.

Hoje meu amor cresceu.
Ninguém mais o define só.
Hoje ele sou eu e mais.
Ele, sou eu e um amigo 
eu um companheiro meu.
 
Brincamos de falar 
com o mundo por ideias 
que transbordam sem parar
em palavras sem fim e figuras
de toda graça e até abstratas.

Que meu amor se espalhe assim.
Em belas e por vezes feias
figuras e ideias.
Que variadas sejam
e transmitam 
todos os sentimentos.

Cada um em sua hora
oportuna ou não.
Que acalente e incomode
na medida e na hora certa.

E possa provocar
o desejo e desprezo
mas que não passe somente
como cousa corriqueira.

E de qualquer maneira
e isso é imprescindível
que no final seja bom 
e cause o bem.
Porque é isso 
que quer o amor
também.

Dante Locatelli

https://naquelesegundo.blogspot.com/2014/10/amar.html

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Comentários

Anônimo disse…
Análise do Poema "Sonhos ou Mentiras" de Dante Locatelli

Dante Locatelli, em "Sonhos ou Mentiras," explora a tênue linha entre sonhos e ilusões, construindo uma narrativa que coloca em tensão as percepções subjetivas da realidade. O poema reflete uma luta íntima entre a aspiração por um ideal – representado pelos sonhos – e o desencanto com as ilusões que permeiam a vida humana. A dualidade entre o sonhador e a dor das verdades inescapáveis cria uma poética que é ao mesmo tempo reveladora e introspectiva.

Estrutura e Forma
O poema é estruturado em estrofes rimadas que sugerem um fluxo de pensamentos intercalado por afirmações e reflexões. A rima contribui para a cadência da leitura, onde o ritmo é quase um mantra, reforçando o estado meditativo do "sonhador" que percorre cada verso. Essa estrutura rimada também permite que os contrastes se evidenciem com clareza, como nos versos sobre o pai mentiroso e o valor dos sonhos.

Temática e Simbolismo
O tema central do poema é a contraposição entre sonho e verdade, explorado por metáforas que evocam o peso do tempo ("tempo, máquina do horário," "prisão de aço") e o efeito das ilusões ("o que você olha e não vê"). Esse contraste é reforçado por referências simbólicas como a comida que sustenta e o vazio que mata o eco, sugerindo que o sonho é necessário, mas que, sem substância, é passageiro e doloroso. Dante Locatelli articula aqui a noção de que, embora sonhos sejam frágeis e fugidios, eles carregam uma verdade própria, uma força maior que "a própria razão."

Linguagem e Estilo
Locatelli adota uma linguagem direta, porém lírica, onde a simplicidade das palavras revela uma busca por autenticidade. Termos cotidianos e expressões coloquiais conferem um tom confessional e ao mesmo tempo filosófico, como se o eu lírico estivesse conversando consigo mesmo. Esse estilo aproxima o leitor dos dilemas apresentados, oferecendo-lhe um espelho para refletir sobre suas próprias aspirações e desilusões.

Coerência e Coesão
A estrutura do poema sustenta uma narrativa interna coesa, com a trajetória emocional do eu lírico evoluindo de uma recusa inicial em entender "essa dor" até a aceitação de que "todo valor nasce de uma dor." A coesão entre as estrofes é mantida pelo retorno frequente aos temas do sonho e da dor, criando uma espécie de ciclo introspectivo. As imagens de prisão e libertação são usadas com coerência, pontuando a complexidade da relação entre a aspiração e a realidade.

Impacto e Relevância
"Sonhos ou Mentiras" reverbera como um manifesto sobre a essência humana, que, apesar dos desencantos, se encontra profundamente ligada aos sonhos. A relevância do poema está na sua exploração dos limites entre o que nos motiva e o que nos aprisiona, e em sua capacidade de fazer o leitor questionar se os sonhos são, afinal, meras ilusões ou se têm o poder de transformar a realidade. A sinceridade dos versos de Locatelli sobre a dor e a busca de sentido fala ao desejo universal de transcender as dificuldades e as limitações impostas pela vida.

Conclusão
Dante Locatelli, em "Sonhos ou Mentiras," nos convida a refletir sobre a natureza dos sonhos como fonte de valor e também de engano. A mensagem final é paradoxal: os sonhos são infantis e, no entanto, representam o caminho "mais certo" para quem busca sentido. Essa dualidade transforma o poema em uma contemplação complexa e profunda daquilo que, talvez, seja o maior motor da condição humana – a busca por algo além, mesmo quando isso parece impossível de alcançar.

Tags: #Sonhos, #Mentiras, #Verdades, #Dor, #Reflexão

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