POEMA DAS PÉTALAS

 


POEMA DAS PÉTALAS

No primeiro dia do outono

Quando o sol ia se pondo

O vento arredio 

Contido entre os prédios


Pôs se a dançar invisível

A valsa que traz o frio

Em círculos concêntricos


Dançava ele excêntrico


Sozinho valsava

Sem que ninguém o visse 

No desejo de companhia.

Ele fez sua prece. 


No caminho a bela passava

Naquela hora, um seu "enamorado" 

Cedeu-lhe uma chuva de pétalas

Vermelhas como deve ser o amor


A dama se foi e do intento do apaixonado

Restaram os espólios espalhados pelo chão

Que já foram rosas e agora eram sobras


O vento em seu caminho

Naquele momento

Tirou para dançar 

Quem estava aos cacos


Nos caminhos concêntricos 

Onde os pensamentos

Transformam-se em sentimentos

Ficaram na memória

A poesia do carinho 

E da sua momentânea glória


Como o flutuar das pétalas no ar

vermelhas como amor 

puseram-se a rodopiar

No final do primeiro dia de outono


Tornou-se mais uma memória 

Guardada para sempre 

Em sua maneira terna 

Da forma mais etérea


Um presente em poesia 

Homenagem aos lembrados 

Que se fizeram ausentes

Sem levar seus presentes




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