Do Nada, Tudo 28/06/2024

Do Nada, Tudo

28/06/2024

Fugindo de tudo me recolho assim
ao local menos externo do mundo,
para me sentir somente para mim.
Fecho a chave no porão do submundo.

Procuro a luz pequena da minha alma,
o que se passa de mim, segundo eu,
para ser o meu próprio lugar fecundo.

O que reflete em mim e vem de fora
também sou eu que reverbero.
Eu, em meu esmero com imagens,
com palavras, não me encontro sincero.
Nos perdemos no infinito das viagens.

Na quietude do meu próprio silêncio,
resgato memórias perdidas no tempo.
Entre sombras e luzes, em meu alento,
busco entender em que sou eu isento.

Sigo o caminho tortuoso da consciência,
onde cada passo revela a sua essência.
Nos ecos dos pensamentos, a insistência
de encontrar a paz na minha existência.

Luto para ganhar, essa é nossa sina.
Só que agora sem a ilusão de querer.
Não sonho com as lindas meninas,
nem desejo mais as bailarinas.
Espero sentir o sol, um dia qualquer.

Entre os véus do sonho e da realidade,
Sentir o calor do sol é a minha vaidade.
Liberto dos reflexos, destruído do desejo,
abraço a vida como só eu a vejo.

No silêncio do meu ser, encontro o melhor,
na jornada eterna da minha liberdade.
Aceito o tempo, com serenidade,

e celebro o dia como é uma oportunidade.

Dante Locatelli

https://naquelesegundo.blogspot.com/2024/06/do-nada-tudo.html

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