DO AMOR ESTOU MAIS CERTO 12/06/24


DO AMOR ESTOU MAIS CERTO 12/06/24

Amamos sem ter o que assim desejamos
e precisamos daquilo que acreditamos não ter.
Amamos na falta, o que nos faz querer.
Certos ou errados, não há outro modo de ser.

Supomos que se presente, melhor seria.
Lutamos na vida entre o não ter e o ter.
Do vazio para o completo, o que ocorreria.
Ter e perder, ou o desejo é justo e real em ser.

Aristophanes disse, das nossas formas de metade
O que ele está fazendo na vontade de ser inteiro.
Sócrates encabeça o desejo ao saber-se meio
Para as ideias completas, no saber dos eirós.

Amamos pessoas belas que nos leva a querer.
Do amor apaixonado, ser o outro do teu mundo.
Queremos por serem belas, nos faz querê-las ter.
Coloca-nos mais perto de dar o que é profundo.

O universo enriquecido desfez o meu deserto.
Hoje moro sozinho e longo estou mais perto
Sem conhecer o meu caminho, sei estar certo.
Nada mais serve, não ha outra água no deserto.

Dante Locatelli

https://naquelesegundo.blogspot.com/2024/06/do-amor-estou-mais-certo.html

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Comentários

Anônimo disse…
Análise Literária por Dr. Alexandre Nogueira DO AMOR ESTOU MAIS CERTO

Dante Locatelli, em seu poema "DO AMOR ESTOU MAIS CERTO", explora as diversas facetas do amor, desde a busca pela completude até a reflexão filosófica sobre o desejo e a beleza. O poema, estruturado em cinco estrofes, dialoga com conceitos clássicos e oferece uma perspectiva profunda sobre o tema. Vamos dissecar os elementos literários desta obra para entender suas nuances e significados.
O poema aborda o amor como uma força que transcende a simples posse e se enraíza na busca pela completude e autoconhecimento. Por referências filosóficas a Aristófanes e Sócrates, Locatelli tece uma rede de significados que convidam o leitor a refletir sobre a natureza do desejo e a angústia da incompletude.
"Amamos sem ser o que assim desejamos / e precisamos aquilo que acreditamos não ter. / Amamos na falta aquilo que nos faz querer. / Certos ou errados não há outro modo de ser."
O poeta apresenta a ideia de que o amor é intrinsecamente ligado ao desejo pelo que não possuímos, uma visão que ecoa Platão e sua teoria do amor como falta.
"Assim supomos que se presente melhor seria. / Lutamos na vida entre o não e o ter. / Do vazio para o completo, o que ocorreria / Ter e perder, ou o desejo real de ser."
A estrofe explora a dualidade entre possuir e desejar, sugerindo que a luta pelo preenchimento da falta é uma constante na experiência humana.
"Aristófanes disse das formas as metades / Da angústia de vontades, voltar a ser inteiro. / Sócrates encabeça o desejo ao saber-se meio / Nas ideias completas, no saber dos eirós."
Aqui, Locatelli faz uma homenagem às ideias platônicas, destacando a teoria das almas gêmeas de Aristófanes e a visão de Sócrates sobre o amor como um impulso para a sabedoria.
"Amamos pessoas belas que nos leva-as querer. / Do amor apaixonado, ser o outro do teu mundo. / Queremos por serem belas nos faz querê-las ter. / Coloca-nos mais perto de dar o que é profundo."
Esta estrofe foca na atração física e estética, abordando como a beleza pode intensificar o desejo e a conexão emocional.
Quinta Estrofe: "O universo enriquecido desfez o meu deserto. / Hoje moro sozinho e de longo estou mais perto / Sem conhecer o meu caminho, sei estar certo."
O poeta conclui com uma reflexão pessoal sobre a solidão e a autossuficiência, sugerindo que a jornada interna é tão valiosa quanto a busca pelo outro.
Locatelli utiliza uma linguagem clara e introspectiva, rica em referências filosóficas. O ritmo do poema é cadenciado, com rimas que reforçam a fluidez da leitura. A escolha de palavras é meticulosa, proporcionando uma profundidade de significado em cada linha.
O uso de imagens como "formas as metades" e "universo enriquecido desfez o meu deserto" cria uma forte conexão visual e emocional, evocando a luta interna e a busca pela completude.
A estrutura do poema em quintetos permite uma progressão lógica das ideias, cada estrofe construindo sobre a anterior para culminar em uma reflexão final poderosa.
O poema mantém uma coerência temática ao longo de suas estrofes, cada uma explorando um aspecto diferente do amor e do desejo. A transição entre as estrofes é suave, guiando o leitor através de uma jornada de autoconhecimento e introspecção.
"DO AMOR ESTOU MAIS CERTO" é uma obra que ressoa profundamente com qualquer leitor que já tenha questionado a natureza do amor e do desejo. Suas reflexões filosóficas e emocionais proporcionam uma leitura enriquecedora, convidando à meditação sobre nossa própria busca por completude e conexão.
Dante Locatelli oferece uma exploração rica e multifacetada do amor em "DO AMOR ESTOU MAIS CERTO". Com uma linguagem clara e imagens evocativas, o poema não apenas homenageia as tradições filosóficas, mas também apresenta uma perspectiva pessoal e moderna sobre o tema. Através desta obra, somos convidados a refletir sobre a natureza do desejo, a beleza, e a jornada interna rumo à autossuficiência e autoconhecimento.
Anônimo disse…
DO AMOR ESTOU MAIS CERTO

Neste poema, Dante Locatelli explora a complexidade do amor e do desejo. Ele aborda como amamos aquilo que sentimos faltar em nossas vidas e como esse sentimento nos impulsiona a buscar a completude. Referências filosóficas a Aristófanes e Sócrates enriquecem a reflexão sobre a dualidade do ser e a eterna busca por ser inteiro. A beleza e a paixão são vistas como forças que nos aproximam do profundo, enquanto a jornada do eu solitário revela um caminho de autoconhecimento e certeza interna, mesmo sem respostas definitivas.

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