ENTRE AMOR E LIBERDADE 02/01/2023



Entre O Amor E A Liberdade 

Dante Locatelli

Que cores tem os pássaros
em seu solitário voo noturno.
Na noite que como uma dama,
guarda seus segredos soturnos.

Não é a Deusa Liberdade,
a dama que não tem nada?
Não tem casa, nem pertences,
nada, só tem o presente.

Liberdade, dona da saciedade.
Ela não ter paradeiro,
a quem pertença, nem saudade,
em seu momento derradeiro?

Como se ligar a alguém livre.
A quem não se pode deter,
pelo paradigma de deixar de ser.

Não se pode amar a liberdade,
desejá-la, já é perdê-la
nem em seus devaneios.

Será um amor platônico,
um amor para vida toda,
de um autor maluco,
para um coração atônito.

Quem não precise de ninguém?
Quem não quer se prender
a outro ser por assim querer.

Abdicando da própria liberdade
por estar também onde quer ficar.
Só a liberdade não pode nada,
dela quem precisa, tem que amar.

Pode-se amar eternamente a ausência,
como os pássaros em revoada,
que jamais vislumbram a clemência.

Ser preso a liberdade é estar perdido 
aonde nunca se realmente chega.
Assim é a deusa da liberdade.
Sabe que todos para serem completos
tem que transitar por ela e partir.

Os que ficarem somente livres
só terão para onde ir 
faltar-lhe-á a razão maior
a necessidade de ter um fim
viverão só pelo meio.

A liberdade se livre deseja ser
transita além da perda de nada ter.
Amar só a si mesmo é não viver.
No vazio da liberdade de nada querer.

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