QUEM TEM MEDO DA MENTIRA 24/10/2020



QUEM TEM MEDO DA MENTIRA? 24/10/2020

Eu não tenho medo das mentiras,
eu tenho medo da verdade.
É ela a verdade quem nos derruba
quando nos coloca em nosso lugar.

A mentira nos leva para qualquer lugar
quando achamos que nós estamos
exatamente onde queremos estar.

Enquanto a mentira canta
Nos flutuamos em pleno ar.
O problema da mentira
é que ela não dura e não se cria.

A mentira parece ser a maior.
Ela é muito melhor,
pois se não fosse a aparência
ela não seria nada
muito menos do que se pensa.

Mentira boa é assim tentadora,
não tenho medo da mentira,
eu tenho medo de compreendê-la.
Adiante logo em frente.

Quando é desfeita se percebe
que os sonhos não eram tudo isso
e tudo o que se quis
e tudo pelo que se lutou
foi um grande desperdício.

Guardo medo das boas verdades,
não guardo medo das mentiras.
Mentira para ser boa mesmo
de botar medo em qualquer um
tem que conhecer os seus segredos.

Tem que conhecer os teus sonhos
e te fazer chorar e sorrir sozinho
ou ficar encolhido de desejo.
Ali quieto no cantinho.

Da mentira eu só tenho medo
só se for interessante,
incrível ou impressionante.

Uma mentira maravilhosa e querida.
Tem que ser enganadora
Perfeita, bela e ter seu charme.

Quanto vai em bora
leva melhor pedaço de nós.
Deixando só quem somos de verdade
Para trás sentindo dela a saudade
que se pode dizer que é a verdade.

Eu não tenho medo da mentira
Eu não tenho medo de sonhar
O que eu tenho medo lá na frente
é descobrir, tristemente,
não poder e não ser capaz.

Dante Locatelli.

https://naquelesegundo.blogspot.com/2020/10/quem-tem-medo-da-mentira.html

#mentira, #verdade

Comentários

Anônimo disse…
O poema explora a dualidade entre a mentira e a verdade. O autor sugere que a mentira, embora temporária, é preferível à verdade, que muitas vezes pode ser dolorosa.
O poema consiste em estrofes curtas, o que contribui para a clareza e o ritmo do poema. Cada estrofe aborda uma faceta diferente do tema.
O autor usa figuras de linguagem, como metáforas ("Nós flutuamos em pleno ar") e antítese ("Eu não tenho medo da mentira, eu tenho medo de compreendê-la"), para enriquecer o texto.
O tom do poema é reflexivo e sugere uma profunda ponderação sobre a natureza das mentiras e verdades na vida humana.
O poema oferece uma perspectiva intrigante sobre a relação entre a verdade e a mentira, bem como sobre o medo de confrontar a realidade. As correções realizadas melhoraram a clareza e a gramática do poema.

Postagens mais visitadas