GERAÇÃO COCA-COLA 09/08/2020



GERAÇÃO COCA-COLA 09/08/2020

Em 14 de junho de 2020
eu tinha 54 anos.
Sou de uma geração de revoltados. 

Nasci durante o golpe de 64
no melhor país do mundo 
que era subdesenvolvido.
Todos nós gritávamos "Errado, errado".

Por situações e coisas erradas 
em uma história confusa e mal contada 
onde pessoas mal intencionadas 
cantavam ao país que o capitalismo
é avareza e egoísmo. 
Uma doença que precisa ser erradicada.

O comunismo 
onde todos seriam iguais
era a solução sem ser
pois jamais seremos todos iguais.

O problema está com a verdade.
As pessoas não são iguais 
alguns sentem que isso doi 
eu gradeço ao Deus que eu conheço.

Caso fossemos todos iguais
não seriamos humanos
estaríamos cupins ou formigas 
e a nossa triste humanidade que é potência
não seria mais que outra doença.

Nós rebeldes, mas na verdade, 
tínhamos aulas com verdadeiros professores
que nos educavam e demonstravam.
Ensinavam respeito e limites 
como deveria ser sem mais palpites.

Prestávamos mais atenção 
a voz libertária que gritava ao fundo 
descabida e enganada "liberdade, liberdade., 
Sem se fazer pensar dizia
o que seria a liberdade. 

Tantos nomes famosos 
empurravam-nos para o hoje.
Não entendemos eram só interesseiros
e interessados em ter proveito
em deixar-nos mais errados. 

A minha geração na juventude 
ouvia música de revolta e revolução. 
Os músicos da época agrupavam-se 
sobre nomes como legião, ira, plebe
mas na verdade todos queríamos mesmo
Era só o biquíni cavadão.

Refletiam o que havia no coração
das crianças e jovens de então. 
Gritávamos "Revolução, revolução" 
Isso sem entender na verdade 
que revolução significa destruição. 

Questionávamos o comportamento
os bons modos e a castidade. 
Hoje vivemos as consequências 
Estamos perdidos 
entre descompromisso e a libertinagem. 

Nós destruímos o que já não era perfeito 
e no lugar edificamos prostíbulos 
onde veneramos a indolência e a vadiagem. 

Assim e por tudo isso 
carregando essa dor por tudo, 
somos os responsáveis 
Confiamos sem desconfiar em canalhas
e agora entendemos
vivíamos de migalhas.

Eu cresci em um lugar tranquilo 
onde as famílias existiam. 
Eu sei que ainda existem famílias, 
mas os costumes foram destroçados e reconstruídos
em um infinito de caminhos errados. 

As famílias destroçadas proliferam
em nome de uma egoísta liberdade 
moramos em prostíbulos
o que prolifera é a libertinagem.
Os incultos ignoram 
a própria situação de calamidade. 

Existem como sempre haverão lutas,
mas quem dita a direção são prostitutas. 
Podem existir prostitutas ilustres, 
mas essas jamais serão ilibadas. 
Não há moral ou ética na desonestidade
só há traições entre ladões.

Nossos filhos são rebentos nascidos 
em um país governado por prostitutas, 
que não são só fêmeas. 
São prefeitos, governadores e presidentes. 
Todos sem exceção dos nossos dirigentes. 

Venderam a própria honra 
por moedas de prata
nas trocas de poder nos tornamos idólatras
e nossos deuses dourados são vacas 
de todos os tamanhos e formatos.

Deixando o menino Deus nu 
com fome diante do cano de uma arma 
a qual não entendemos
o tiro sair pela culatra. 

Eu sou de uma geração de revoltados 
que aprendeu a viver 
derramando o próprio sangue 
cortando na própria carne 
engolindo a próprio drama sem entender.

A revolução verdade é a evolução 
que não destrói ou destroça
o pé da cadeira no qual sentamos
esperando-se a redenção 
na queda e na destruição.

Dante Locatelli.

 https://naquelesegundo.blogspot.com/2020/08/geracao-coca-cola.html

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