UMA TARDE DE OUTONO NA QUARENTENA 16/04/2020

Uma Tarde De Outono Na Quarentena
Ontem à tarde, o céu de outubro.
Ao final, foi como há muito tempo.
O céu estava lindo, aurirrubro,
em sua intensa cor e verdade.
Era tão limpo, puro e bonito.
Mas será que foi somente isso?
O que de fato aconteceu?
Foi sentir a minha amarga realidade,
o que marcou de amarelo o meu riso,
com a razão que só agora me ocorreu?
Foi só o céu, sereno e lindo,
no descanso do entardecer,
ou fomos nós, quedos e mudos,
diante do medo a crescer,
que só agora soubemos ver?
A maravilha que existiu sempre,
logo aqui, à nossa frente,
o céu, sempre presente,
mas nunca até então pudemos ver.
Nossas vidas, atropeladas
por tantas razões e a pressa errada,
e, por vezes, por desejos tortos,
que nunca levam a nada.
Ontem, o céu brilhou ouro e vermelho,
intenso enquanto a noite nascia calma.
Várias pessoas pararam para vê-lo,
sentindo-se tocadas na alma,
fazendo-se enumerar ao registrá-lo.
Um fato comum se fez assim,
em uma vida que é maravilhosa,
quando o tempo não vivido azedou.
Fatos simples e sensações esplêndidas
podem existir em tantas coisas serenas.
Ou são todas como dádivas perdidas,
se somos indiferentes às coisas subjetivas?
Fazem-me pensar e calar, sentido.
É tão complexa e grande a vida,
quando nós a fazemos complicar.
Mas como ser e viver menor,
para poder ser e viver melhor?
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