QUEM É VOCÊ? 01/01/2019
Quem sou eu?
O que são todas as coisas?
Tudo que existe não é somente
espelhos de nós mesmos.
Porque paramos para ver
O sol nascer,
o sol se pôr.
Pela mesma razão
paramos diante da beleza.
Paramos quando podemos
para ver a lua nascer
gigante no horizonte.
As cerejeiras em flor.
Paramos por um instante
para olharmos nos olhos
de quem nos sorri sincero.
Olhamo-nos
nos olhos da menina
que nos ilumina
com seus grandes olhos negros,
depois retomarmos nossas vidas
como após um suspiro,
até a pouco não sabíamos
como é importante suspirar
para simplesmente
mantermos nossa sanidade
e podermos só
continuar a respirar.
Dante Locatelli.
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Comentários
O poema começa com uma indagação profunda sobre a própria identidade, questionando quem somos em um universo que, por vezes, parece ser apenas um reflexo de nós mesmos. Essa introspecção inicial estabelece uma atmosfera de busca por significado e autoconhecimento.
A referência ao nascer e ao pôr do sol, bem como à contemplação da beleza na natureza, destaca a conexão humana com os elementos fundamentais da existência. A pausa para apreciar o espetáculo do sol e da lua, assim como a beleza efêmera das cerejeiras em flor, sugere uma celebração da vida e uma valorização dos momentos fugazes.
A imagem da menina com grandes olhos negros que ilumina e sorri sinceramente adiciona uma dimensão humana à reflexão. Os olhares compartilhados e a troca de sorrisos sinceros emergem como elementos importantes na jornada da vida, destacando a importância das conexões interpessoais.
O poema sugere que, ao pararmos para apreciar esses momentos de beleza e autenticidade, somos capazes de sustentar nossa sanidade e continuar respirando. O ato de suspirar torna-se simbólico, representando uma pausa necessária para absorver a profundidade e a complexidade da existência.
"Quem é Você?" convida os leitores a refletirem sobre a própria identidade, a apreciação da beleza ao redor e a importância de pequenos gestos e conexões que enriquecem nossa jornada pela vida.