LEMBREI-ME DO TEU SANGUE 05/12/2018

LEMBREI-ME DO TEU SANGUE 05/12/2018

Quem ama, ama.
O que fazer com isso,
quando só se pensa nisso
e nada se tem.

Ninguém tem nada a ver
com quem ganha
em se perder.

Quem ouve Olá!
e segue o comprimento.
Olá!
O que é que há?

Tudo isso é sobrenadante
no dia a dia real e sufocante.
A verdade está retida
em seu abrigo distante.

Desejos irreais.
Almas humanas
em corpos de animais.

Deixar tudo para trás
todo ego e superego.
Vestir o corpo de um morcego
e buscar o teu sangue
retirado do teu pescoço
com meu beijo.

Decorar a tua alma
e alimentar-me na tua carne
sem pressa e com todo prazer.

Fazer da tua alma a minha
como se tudo isso
já não fosse passado
e esse sonho
já não fosse uma bruma
do que está morto e enterrado.

Morto e assim eu vivo
como um vampiro
novamente em devaneio
eu insisto vivendo.

Primeiro
foi do teu sangue o cheiro
depois o desejo verdadeiro
maior que a morte
o amor.

Agarro-me a essa crença
tendo fé que o amor é cura
e que o sofrimento não dura.

Amanhã todo amor
que nos escreve
vai curar essa febre,
mas só depois.

Dante Locatelli.

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