PERDÃO II 15/06/2016
Perdão II
Dante LocatelliVocê errou, eu sei.
Meu coração encontra,
de forma automática,
mil desculpas
para que eu te entenda.
Isso é fácil e tão rápido
que não lasca nem a casca
do meu amor.
Antes que eu perceba,
o erro já está perdoado,
mas esse perdão não é burro, não.
Mesmo que se perdoe,
o erro ocorreu —
o coração sabe.
Onde será que estava o seu
antes de errar, como todos sabem?
Onde estava o perdão automático,
que não te ajudou a não pecar?
O erro está para sempre perdoado,
mas a falta de preocupação,
a ausência do teu perdão —
essa ficará para sempre marcada
na falta que fez o teu coração.
Meu amor pode ser perdão,
mas meu coração sabe
que o teu não é espelho
do mesmo amor,
do mesmo zelo.
Esse amor que é perdão
não pode ser prisão.
Quem ama entende
a grandeza de amar.
Como pode se privar
o próprio amado
de também amar?
O dilema de quem ama
não é punir, mas libertar —
para que, quem sabe um dia,
possa o amor do teu coração
amar também com perdão.



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