O VENDEDOR DE BALÕES 20/08/2015



O VENDEDOR DE BALÕES 20/08/2015

Não tem como alguém
ser conhecido rapidamente
escrevendo poemas.
Tem de haver resistência
insistir na beleza
vencer a dormência.

Persistir diante da ignorância mais ferrenha
aquela que não vê nem o sol nascer.
Então podem me perguntar
Por que continuar?

Qual e a razão de continuar então?
Não há resposta, não há razão.
Continua-se porque não há outra opção.
Só há a paixão que persiste.

Paixão em pensar e arranjar
as letras os sons e os ritmos
um adorno no pensamento
que causa sensação de contentamento.

É por isso que permaneço
Vendendo balões que se vão ao vento
Às vezes eu me vejo olhando
As linhas dos meus poemas
Como se fossem o horizonte
E meus pensamentos vão
são como os balões
soltos subindo.

Qual razão para se vender balões.
Como os poemas não há razões.
Como os poemas só existem balões
Porque há crianças que os querem
E choram quando os vêem indo embora.

Todo poeta é um vendedor de balões.
Transparentes ou opacos
Grandes ou pequenos
em forma de cão ou de gente

Os poetas fazem coisas
que não tem porque existir.
Mas por existirem tiram risos de nós.
Em uma dança bela de verdades e mentiras
Leva-nos onde mora o desejo.
Que sobrevive espalhado em tiras.

Porque os sorrisos e as lágrimas
Podem ter causa, mas não tem como.
Ocorrem sem mais ou porem.
É o soro da verdade.
Retira das faces
as mascaras da falsidade.

Mas não é para isso que eles existem
Existem pela necessidade
que o homem tem
de ser criança, ingênua e livre
correr sem abrigo e sem medo
e no curto momento de fantasia
se sentir vivo e vivendo.

Dante Locatelli

http://naquelesegundo.blogspot.com.br/2015/08/o-vendedor-de-baloes.html

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