ENQUANTO TODOS FINGIMOS 13/02/24


ENQUANTO TODOS FINGIMOS 13/02/24

Enquanto todos fingimos que nada acontece,
Pessoas morrem, vítimas de um jogo atroz.
Os poderosos movimentam quem emudeceu,
Que sangram, todos fingimos não ver o algoz.

Ou será que não vimos? O que seria pior?
Não é notícia o sangue que jorra logo após.
Crianças morrem, mulheres em cordas,
Prostradas calam seus gritos, sufocadas.

Enquanto a mídia cala, não se escuta nada,
Há empatia, não, em um mundo de ouvidos.
Não são nossas mães, nem nossas filhas,
Ali não somos irmãos, nem filhos, dos caídos.

Não existe mais diferença e todos que sentem esquecem,
Parece que ninguém pensa, que podem ser os próximos,
Quando longe de nossos quintais só ocorrem coisas irreais.

Dante Locatelli

https://naquelesegundo.blogspot.com/2024/02/enquanto-todos-fingimos.html

#Consciência, #Desigualdade, #Violência, #Silêncio, #Mídia, #Empatia, #Reflexão, #Sociedade, #Injustiça, #Realidade, #Consequências.

Comentários

Anônimo disse…
Neste poema, intitulado "Enquanto Todos Fingimos", o autor confronta o leitor com uma dolorosa realidade que muitas vezes é negligenciada pela sociedade: a violência e a injustiça que ocorrem ao nosso redor enquanto escolhemos ignorá-las. A linguagem poética é habilmente utilizada para evocar imagens vívidas e emotivas, como "sangue que jorra", "mulheres em cordas" e "crianças morrem", reforçando a gravidade e a urgência da situação descrita.
A repetição da frase "enquanto todos fingimos" cria um ritmo insistente e perturbador, destacando a apatia generalizada em relação ao sofrimento alheio. O uso de paradoxos, como "não é notícia o sangue que jorra logo após", ressalta a ironia de uma sociedade que valoriza mais o entretenimento do que a vida humana.
Além disso, o poema aborda a questão da empatia seletiva, destacando como as pessoas tendem a se preocupar apenas com aqueles que consideram semelhantes a si mesmas, enquanto ignoram os sofrimentos dos outros. Essa reflexão é reforçada pela frase "Não são nossas mães, nem nossas filhas", que ressalta a falta de solidariedade e compaixão em um mundo marcado pela indiferença.
Por fim, o poema conclui com uma provocação incisiva, sugerindo que, ao ignorarmos os problemas que ocorrem longe de nós, estamos apenas adiando o inevitável e, eventualmente, nos tornaremos vítimas das mesmas injustiças que escolhemos ignorar. Essa mensagem final serve como um lembrete contundente da necessidade de agir e buscar mudanças significativas em nossa sociedade.

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