NO MAR 16/01/2017


NO MAR 16/01/2017

Sobre o convés não se via ao longe.

Tudo estava encoberto por um forte nevoeiro.
Isso não impedia o avanço do cargueiro.
O mar plácido e sem brumas
não fazia que se movesse
nem uma pluma.

Um barulho constante na proa

era só o casco logo a baixo rasgando o mar,
que nem por isso se fazia revolto
e deixava que o barco seguisse solto.

Um apito ecoou no infinito e parou

repetia se de forma ocasional.
Eu pensei por que será?
Novamente o ruído
rompendo o silêncio matinal.

Indo à proa pude ver a uma curta distância.

Delirei com a possibilidade
de um bote estar parado a proa.
Imaginei um náufrago e no seu curto tempo
de feliz com a possibilidade do resgate.

O tempo somente que demoraria

o navio em percorrer a distância e parti-lo em dois,
pois nesse intervalo parar seria impossível.
É provável matá-lo do que é salva-lo.

De novo se fez o apito que agora eu entendi

era só o cargueiro dizendo.
Saiam todos os tementes,
eu sou grande e estou passando
e apesar do que for
eu vou seguir em frente.

Hoje em dia

com tantos aparelhos
para alegria dos marinheiros,
ainda toca o apito.

Para os náufragos na água

poderia ser um canto
ou pode ser um grito
Avisando que nesse nevoeiro
A morte pode aparecer
sob seu manto.
Novamente se ouve o apito
que agora eu entendo aflito.

Dante Locatelli


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