POEMA DO AMOR DEMAIS 08/11/2014
Hoje amo como ama um velho.
Que já viveu e amou demais.
Conheço todas as formas do amor.
Poderia dar lhe nomes ou dar lhe paz.
Como filho eu amei meus pais
e como sempre amei demais.
Amor do tipo de filho sofrido e ingrato.
Cobrador de sentido e relato
com feridas sobrevivi capaz.
Como irmão eu amei demais
todo tipo de irmão amei.
Irmãos de sangue eu protegi
em lutas épicas eu batalhei.
Como amante eu amei demais.
De líquidos doces e salgados
e almas solitárias me alimentei.
Amei a carne que comi voraz
de desamor ou por amor próprio
sofri de uma dor atroz.
Como pai eu amei demais
e com o prover me dediquei
em exemplo e comportamento amei
mais aprendi que ensinei.
Como marido amo demais
e como sempre abdiquei
sonhos tolos e desejos
ao mundo possível me adaptei.
Do amor eu sei demais
sangrei por todos
e por amar a todos
eu sofri e me transformei.
Amor faz sofrer
pelo menos o meu amor faz
amo de forma franca sem subterfúgios
sem charme assim sem graça
declarado e em desgraça.
Firme e decidido
em sacrifício e compadecido
em exemplo e em cuidado
amando e nem sempre sendo amado.
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